desenho de Lu Guidorzi
basta um clique! 

berro - a parte inútil da vaca
Publicação esporádica destinada a perder-se como berro de vaca que, todavia muge, apesar da inutilidade declarada de seu berro.

 

300 velas

30/01/02

 

"The Jablochkoff electric candle is now illuminating, with its pure, steady, brilliant and white light, many parts of the city of Paris. We may remind our readers that the Jablochkoff candle consists of two sticks of carbon fixed in a vertical position and side by side, having between them a layer of an insulating material that is fusible and vaporizable at the temperature of the electric arc. One of these sticks is connected to the positive pole of an electro-motor and the other to the negative pole, and the arc once established continues to be produced as long as the carbon lasts and the current is flowing. The Jablochkoff candle can be used to advantage with any dynamo-electric machine that produces an alternating current. M. Gramme has designed a machine that not only produces an alternating current but also is capable of dividing that current, so as to supply electricity to four, six, 16 or more electric candles. It is this Gramme machine that is now employed for producing the electric currents by which some 300 electric lamps are nightly illuminating the boulevards and public buildings of Paris."

Durante dez anos assinei uma revista estranha à minha atividade e minha formação incompleta: o "Scientific American". Muita informação, grande parte da qual mal podia entender. Não lia tudo e dizia aos famosos botões que o faria na velhice. É o que tenho feito. Quer me acompanhar?

"As velas elétricas de Jablochkoff iluminam agora com sua luz pura, firme, brilhante e branca muitos lugares de Paris. Lembramos a nossos leitores de que as velas de Jablochkoff consistem de duas hastes de carbono fixas, na posição vertical, lado a lado, tendo entre si uma camada de material isolante, que se funde e vaporiza na temperatura do arco elétrico. Uma dessas hastes está conectada ao pólo positivo de um motor elétrico e a outra ao pólo negativo e o arco, uma vez formado, continua a se produzir enquanto o carvão durar e a corrente fluir. As velas de Jablochkoff podem ser usadas com vantagem com qualquer dínamo elétrico que produza corrente alternada. M. Gramme desenhou uma máquina que, além de produzir corrente alternada, pode também dividir esta corrente de forma a fornecer eletricidade para quatro, seis, 16 ou mais velas elétricas. É esta máquina de Gramme que se emprega, agora, para produzir a corrente elétrica com a qual cerca de 300 lâmpadas elétricas iluminam, todas as noites, prédios públicos e boulevards de Paris."

Está no exemplar de setembro de 1978, na seção "50 e 100 anos atrás", de onde sempre transparece a espiral vertiginosa da tecnologia do século vinte. As velas elétricas - só no fim aparece lâmpada - de Jablochkoff - cujo nome sumiu na história - eram o máximo em tecnologia há apenas 123 anos.

Só 123 anos! Depois veio a lâmpada de filamento de carvão, de filamento de tungstênio, o telefone, o telégrafo, o rádio, a televisão, a bomba, o transistor, a calculadora, o satélite, o computador...

 

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