cronista em desenho de Vicente Kubrusly (29-05-78) 

AI

11/05/18

"Tais enganos ilustram como a inteligência artificial — apesar de estar dando grandes passos — ainda pode ser enganada e manipulada. Computadores podem ser iludidos para identificar um avião como um gato apenas com a troca de alguns pixels de uma imagem digital ou pesquisadores podem induzir um carro autônomo a se desviar ou acelerar pela simples colagem de pequenos adesivos nos sinais de trânsito para confundir o sistema de visão computacional do veículo."

Recebi a afirmação do New York Times de ontem com um leve sorriso. Apesar de acompanhar com ligeiro espanto e alguma apreensão a evolução da Inteligência Artificial (AI, da sigla em inglês) e saber das ameaças daí decorrentes, o reconhecimento da contundente falibilidade dos "cérebros eletrônicos" ou Inteligências Artificiais, como hoje se prefere, confirma algo já intuído e capaz de me fazer sorrir e relaxar quanto a eventuais temores de uma revolução das máquinas.

À Ficção Científica cabe fantasiar livremente com a ideia de um conluio de inteligências, aplicadas a diferentes máquinas, usurpar os poderes maiores de nossa sociedade e passar a governar um novo mundo, onde estaríamos sujeitos a decisões de inteligências sobre-humanas, ainda que, na origem, todas fossem fruto do humano saber. Ficção Científica é ficção, tão real quanto os anjos da catedral ou o unicórnio.

Malgrado se alarguem os passos do progresso da AI e dela se aprimorem os métodos de aprendizado, graças a softwares que "aprendem a aprender" e acumulam "experiência", folgo ao ouvir de especialistas no assunto, ser possível e fácil fazer uma máquina tomar um gato, se não por lebre, por um avião ou vice-versa.

Por enquanto, continuarei a tomar meu café da manhã sem o temor de uma máquina tocar a campainha da porta para me acusar de boicote ao avanço da AI.

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