desenho de Lu Guidorzi
basta um clique! 

berro - a parte inútil da vaca
Publicação esporádica destinada a perder-se como berro de vaca que, todavia muge, apesar da inutilidade declarada de seu berro.

 

Dr. Matrix [2]

23/09/03

 

nota:

A frase final do último folheto era de derrubar tradutor: "Hot days, cool nights", com significados muito além de "dias quentes, noites frias"... Para piorar, havia algo que jamais vira e me pareceu um tchau: "Long time no see". Cortei. Agora o exponho na esperança do socorro de algum leitor gentil.

"loucurazinha" - "minicraze", no original

Martin Gardner manteve, anos a fio, a coluna Mathematical Games, na Scientific American

por Martin Gardner, trad. clode.kubrusly@gmail.com

continuação

Antes de contar minha memorável visita ao lago Pirâmide, quero falar do "poder da pirâmide". De acordo com a Time (8/10/1973), tudo começou há 70 anos, quando um ocultista francês, impressionado com as excelentes condições de conservação das múmias da Grande Pirâmide, se perguntou se a forma teria alguma relação peculiar com espaço e tempo. Ele colocou um gato morto num modelo em escala da pirâmide. Em pouco tempo o cadáver se desidratou e se mumificou. Cinqüenta anos depois, Karel Drbal, engenheiro eletrônico de Praga, descobriu que uma lâmina de barbear jamais ficava cega se mantida num modelo da pirâmide, de 15cm de altura. Mais: uma lâmina cega ali mantida por várias semanas ficaria afiada outra vez! Drbal patenteou seu afiador de lâminas de barbear piramidal em 1959 e enriqueceu honestamente vendendo modelos de papelão e isopor na Checoslováquia. Ao contarem isso em seu best-seller, "Descobertas Psíquicas por trás da Cortina de Ferro", Sheila Ostrander e Lynn Schroeder iniciaram nos EUA e no Canadá o que o Time batizou de "loucurazinha".

No presente, Max Toth da Companhia de Pirâmides Toth de Bellerose, N.Y., vende afiadores de gilete, em papelão, por três dólares e meio. Evering Associates distribui um modelo similar, no Canadá. Em Glendale, Califórnia, G. Patrick Flanagan vende uma tenda da Pirâmide de Queóps em vinil. A pessoa se senta dentro dela para melhorar a meditação transcendental. Gloria Swanson, segundo o Time, dorme com uma pirâmide debaixo da cama, "pois isso faz com que cada célula de meu corpo lateje".

James Coburn gosta de meditar em sua pirâmide tenda.

Eric McLuhan, primogênito de Marshall McLuhan, também pesquisou o poder da pirâmide. Em matéria de capa sobre ele na enRoute (revista de bordo da Air Canadá), de fevereiro de 1973, que se baseou em entrevista que Eric deu quando lecionava "eletrônica criativa", no Fanshawe College in London, Ontário. Eric contou que pôs um pedaço de hambúrguer no centro de sua pirâmide de Plexiglas e outro no chão dela. Depois de três meses a carne no centro ainda estava boa. A outra, imprópria para comer. Eric acredita que a forma da pirâmide altera os campos gravitacional e magnético dentro e acima da pirâmide. Declarou que a lâmina de uma gilete, cega, só melhora se alinhada num eixo magnético norte-sul. Gilete azul funciona melhor do que de aço inoxidável. John Rode, que administra uma livraria sobre ocultismo em Toronto, fez experiências com pirâmides grandes. Desidratou centenas de ovos e quatro quilos de carne de vaca. "Levou cerca de 23 dias", declarou Rode, "para interromper o processo de decomposição na carne.... depois, fritamos os bife e os comemos. Estavam deliciosos."

a continuar

 

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