Que nojo! berro - a parte inútil da vaca
Publicação esporádica destinada a se perder como o berro da vaca
  que, todavia, muge apesar da inutilidade declarada de seu berro.

Bruxas

30/10/15

O dia de amanhã é dito "das bruxas" em muitos lugares, mais um no rol de celebrações e comemorações cheias de ritos e tradições. O dicionário define bruxa como a "mulher que tem fama de se utilizar de supostas forças sobrenaturais para causar malefícios, perscrutar o futuro e fazer sortilégios". Há apenas alguns séculos o ser humano acreditava piamente em tal fama e, com tais argumentos e aparente lógica, matava mulheres em imensas fogueiras em praça pública.

Com o passar do tempo, cessaram as incinerações públicas - não existia a novela das dez e, muito menos, a rede de computadores -, mas de modo nenhum acabou a violência contra a Mulher. O chamado sexo fraco, denominação com uma dose de preconceito, é vítima frequente do dimorfismo resultante de milênios de evolução, que resultou em uma compleição mais apropriada a luta - e continua o homem a guerrear e matar homens! - aos machos...

Destes dados apenas, transparece com nitidez a fragilidade da mente humana para lidar com as fantasias por ela criadas e para "explicar" o que desconhece. Constrói ela uma estrutura de bela aparência lógica, porém inócua para solucionar os desafios milenares à humanidade e o nosso lado mais primitivo, herança das etapas evolutivas mais remotas, aflora e nos domina. O noticiário está repleto de relatos de agressões a mulheres. Aparentemente esta violência vem crescendo e faz da mulheres as "bruxas" de nosso tempo, imoladas pelo bruto a sobreviver no Homem.

Nenhuma ideologia, nenhum slogan, nenhum movimento organizado, político ou religioso, pode mudar a sociedade se o ser humano não mudar e, para mudar a si mesmo, cada um precisa compreender o que se passa em si. Cada um só pode agir sobre si e todo esforço para mudar o outro causa mais confusão. Sabemos disto há milênios, mas é muito difícil.

Date: Fri, 30 Oct 2015 12:33:24 -0200

Apesar de - como sempre, fruir o seu texto, vou discordar do amigo. A violência em geral e contra as mulheres só vem diminuindo em volume e intensidade (apud Steven Pinker em Os Anjos Bons da Nossa Natureza ), e tirando o islamismo radical, tende a desaparecer. Talvez o que nos confunda seja o aumento geométrico da informação sobre esses acontecimentos.

Grande abraço

Ebert

Não tenho como medir as duas coisas: as variações de violência e informação. Acredito no amigo, mas a minha sensação ao observar a vida ao redor é de uma violência crescente.


Sun, 1 Nov 2015 10:33:05 -0200

A relação do homem com a mulher
é quase sempre uma violência, ou quase.

Abominável...

E continua assim.

Exemplo fácil fácil: a mulher ganha menos que o homem.

Um entre milhões de exemplos.

E vamos mudar de assunto que hoje é domingo
e estou na redação...

bjos, mermão

      sem assinatura

O domingão aqui está ensolarado e quente.

Bom trabalho em véspera de feriado!


Tue, 3 Nov 2015 14:25:34 -0200

Bonita página! por que e mulherzinha cospe? E ainda por cima em azul?
Esperava um texto poético sobre bruxas e, no entanto, veio um texto sério, do qual gostei muito. Mas a última frase me soou perdida ou inacabada:
Sabemos disto há milênios, mas é muito difícil.

o que é muito difícil? Mudar?

      sem assinatura

A página é muito antiga e a ilustração da bruxinha, ainda mais. Quando foi feita o Miguel tinha quatro ou cinco anos e ouviu, ao meu lado, a história de que as bruxas cospem azul. Havia um chiclete capaz de tingir a saliva desta cor...
Não lembro detalhes.
A última frase ficou perdida mesmo, completou-se unicamente dentro de mim. Sim, a grande dificuldade é nos mudarmos, compreendermos o que vai em nós.

 

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