cantos

canta o galo da vizinha,
canta pela terceira,
quarta, enésima vez -
ecoa cantos de outros galos,
ecos de outras madrugadas,
memórias tolas, desbotadas,
que teimam em assombrar e,
assombradas, descobrem
só um solar hipostasiado,
não mais possível de assombrar.

cá, ouve-se o coaxar da corruíra...
lá, insiste o galo da vizinha
canta ainda, outra e outra vez.
calou-se nestas paragens
o curiango de outrora;
sumiu a multidão de grilos,
salvo um ou outro, renitente.
chegaram motores de todo tipo
e por todo canto se ouve gente.

21/02/07

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