foto de 1966 da carteira funcional do Jornal do Brasil

(de esporadicidade imprevisível)

Catástrofes

08/02/19

O verão brasileiro tem recebido sucessivas notícias de tragédias. Primeiro, no dia 25 de janeiro, a avalanche de mortos de Brumadinho, em Minas Gerais, com cerca de 400 perdas por morte sabida ou intuída; depois, a tempestade intempestiva da noite do dia 6 de fevereiro, madrugada do dia 7, acrescentou seis mortos ao rol das tragédias e, hoje, um incêndio nos alojamentos do Flamengo matou dez pessoas e hospitalizou mais três, muitas das quais jovens com o sonho de obter fama com futebol.

A reação das pessoas a tais eventos, que atingem em cheio o inconsciente coletivo, foi profundamente modificada sob influência da mídia eletrônica, em particular, das redes sociais. Controlar mentes dá mais poder que os grilhões do passado e os já poderosos disputam com avidez os meios de se apossar da mente alheia. Sabem ser a mente humana accessível pela razão e/ou pela emoção.

Se a multidão reagir em uníssono aos "berros" dos divulgadores, poderá ser mais facilmente tangida consoante os designos desses boiadeiros do grande rebanho da humanidade. A essa altura as redes sociais funcionam para dar a ilusão de participação ativa, projetando cada indivíduo como herói por ecoar os slogans, vídeos e bordões criados pela mídia ou, até, por agências de propaganda.

São novos tempos, visceralmente modificados pela internet e seus desdobramentos, mas o ser humano pouco mudou nos últimos milênios e encontra a mesma dificuldade assinalada pelos gregos para perceber-se frente aos fatos, internos e externos, a desafiá-lo a cada momento. O autoconhecimento coletivo muito pouco evoluiu, se é que houve alguma evolução.

Ao que parece, achamos mais fácil nos deixar tanger pela emoção coletiva e nos sentirmos importantes por republicar ou compartilhar notícias, imagens e brincadeiras através das redes sociais.

Fri, 08 Feb 2019 10:28:30 -0800 (PST)

melhor cronica q vc ja escreveu
isso mesmo, conteudo de altissimo valor

      sem assinatura

Que legal você ter gostado tanto.

Quanto ao valor, a que moeda se refere?

kkkkkkkkkkkk


Sun, 10 Feb 2019 15:49:17 -0200

                                                                       Concordo em tudo com vc.

                                                                       Parabéns!

                                                                         Bj Brte

Oi, Dedete.

Obrigado.

Emocionante seu comentário.


Mon, 11 Feb 2019 10:39:51 -0200

Salve salve, mano... Como sempre, leio sempre o que você fala e escreve. E gosto sempre do que você escreve. Mas me parece que você escreveu acessível com dois ccs... Ou não?
Mas em termos de desastres, tivemos diversos. Outros piores virão...

      sem assinatura

Você está certíssimo: embora os dicionários também registrem a forma accessível, dão preferência a acessível. Deve ser coisa de velho. Vovó Judith escrevia assucar, assim, sem acento. Perdoe os lapsos de um quase ancião.

Tomara que se escasseiem os nossos desastres.

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