crônica do dia

Coisas de Almanaque

2/7/2004

Sexta-feira que termina a semana de trabalho e inaugura a segunda metade do ano. Não o segundo semestre: ontem foi o centésimo octogésimo terceiro dia de um ano bissexto. Metade de 366.

O dia do relógio começou em bela noite de poucas estrelas com uma lua redonda, magnífica, a pino mais ou menos sobre a Ilha de Páscoa e, do lado de cá do fim do mundo, quase no horizonte, muito ao sul. A lua cheia - alinhamento com a Terra e o Sol - será nove minutos depois das oito horas, daqui a pouco.

O dia será curto no hemisfério sul, longo ao norte, onde se faz verão. Ontem, na transmissão do jogo de um estádio na cidade do Porto, em Portugal, podia-se ver que, lá como cá, o sol se pôs mais ou menos ao mesmo tempo, apesar da diferença de quase 40 graus de longitude!

São as noites longas do fim de junho, começo de julho dessas paragens. Neste fim de mundo, terá mais de 13 horas - treze horas e 17 minutos. Mas não é o recorde. A do dia 26 foi dois minutos mais longa.

Como o hemisfério norte é que se dirige para o Sol nesta época, ficamos voltados para um céu mais escuro, mais profundo e as constelações austrais ganham destaque, mais para o meio do céu, o zênite. O Cruzeiro do Sul e Centauro se destacam e nesta, duas estrelas muito brilhante. A mais brilhante é a que está mais perto de nós, fora o Sol, é claro. É Alfa de Centauro.

Há uma quietude de ventos e sons. Não se vêem passarinhos, moscas e borboletas. Só barulhos humanos, de máquinas e ferramentas. Até os cães calaram.

Apenas começa o primeiro dia da metade final de um ano. Daqui até lá, os dias serão cada vez maiores e as noites encolherão. Isso não garante dias mais quentes, mas a primavera fará explodir vida por todo poro e o solstício de verão virá anunciar 2005. Então, as noites por aqui vão durar dez horas e meia, mais ou menos e, lá no norte, se espicharão muitíssimo.

 

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