basta um clique!
Publicação esporádica destinada a se perder como o berro da vaca, que todavia muge, apesar da inutilidade declarada de seu berro.
Deu bug!
17/02/00
"aspas"
"Ah, tem uma repetição, que sempre outras vezes em minha vida acontece. Eu atravesso as coisas - e no meio da travessia vejo! - só estava era entretido na idéia dos lugares de saída e de chegada."
Grande Sertão: veredas, Guimarães Rosa
Sou a favor de pagar direitos autorais para todos e para tudo. Pagar direitos, dízimos e dízimas, periódicas como o verão, ou não. Pagar ao criador das sandálias, por exemplo, e para os que, depois, a transformaram no primeiro sapato... A humanidade deve à humanidade o que criou e o que usufrui.
Que se pague com frutos novos e obras inéditas de mentes e mãos das filhas e filhos dos homens e mulheres que sempre existiram e aqueles que ainda estão por vir. Que se edifique sobre base que não é lama, como tu, como eu. Se não for assim, direitos de autor são direito ao egoísmo, à segregação etc.
O bug veio e, como cobra, saiu de onde menos se esperava. Viu a fiada de noves transformar-se em zeros e atacou. Tomou lá suas decisões, de bug, e eis o resultado:
Talvez você goste muito de fazer contas e lhe tiro o prazer de calcular a que data leva aquela quantidade de dias, em vermelho, aí na imagem. Diga-se, antes, que ela muda e diminui uma unidade a cada dia, de modo a indicar sempre o fim do período de experiência no dia 12 de julho de 2099!
Sem dúvida trata-se de um bug delicioso. Em muitos aspectos, é preciso agradecer aos programadores! Capricharam tanto pra regular mixaria que as garotas de programinhas... epa! Não é nada disso! Deu bug no velho soft de deus, também... Que deus? Quem deu?
Dizia um desses futurólogos profissionais americanos, na Wired: "Será difícil para o público do futuro acreditar na antiga idéia do século 20 de uma alma. Será óbvio, para eles, que o que vemos como essência humana metafísica e transcendental nada mais é que um programa de computador em particular (e muito complicado), rodado numa máquina chamada cérebro."
A jabuticabeira transborda frutos sem olhar que pássaros, vespas ou mãos os colhem ou se caem ao pé do pé para, depois, virar vinagre e vinho no chão.
|home| |índice das crônicas| |mail|
