foto de 5 de dezembro de 2015

Dilatação

10/01/19

Aos poucos, mas inexoravelmente, a coluna vermelha desafia a poderosa atração da gravidade e se eleva pelo tubo capilar em resposta ao aumento no movimento de suas moléculas e a consequente dilatação do líquido colorido. A energia, com origem em reações termonucleares em uma distante estrela apenas de quinta categoria, o nosso Sol, percorre os cerca de cinco milhões de quilômetros a nos separar e chega ao planeta azul, cruza seu invólucro gasoso e agita febrilmente as moléculas todas por aqui, do ar, da terra, do mar e corpos contíguos repercutem a própria vibração e tudo se agita em um frenesi quase carnavalesco, inclusive o líquido vermelho (dizem ser álcool) no tubo finíssimo do termômetro comprado há muitíssimo tempo, em uma dessas lojas que vendem tudo por dois reais, imitação de lojas de dólar norte-americanas, isso quando a moeda daquele país valia mais ou menos dois de nossos reais.

Ganhei o termômetro de presente de uma amiga. O assunto impôs-se ao Rio de Janeiro e domina as conversações por ser difícil calar quando a temperatura do ar se aproxima da dos corpos humanos sadios. Tentei escapar pensando na Lapônia, um daqueles lugares do qual já ouvimos falar, mas não sabemos bem onde fica ou mesmo se ainda existe. O dicionário registra lapônio, mas dá preferência a lapão e explica: relativo a Lapônia ou o seu habitante. Na Wikipédia, descubro existirem, atualmente, duas Lapônias, uma na Suécia e outra na Finlândia. Ambas me impressionaram não por suas temperaturas médias ao redor de zero centígrado mas, sim, por seus símbolos pátrios. Existe uma grande semelhança nos de uma e outra Lapônia o que sugere um "ancestral gráfico comum". Abaixo, a bandeira da Lapônia finlandesa e os brasões de ambas.

      
clique nos brasões para mais informações.

Apesar das temperaturas, o brucutu lapão com seu tacape dispensa agasalho.

Fri, 11 Jan 2019 08:37:16 -0200

Oi, Clôde

Esta me deu saudades. Estive na Suécia em 1992. Até hoje me correspondo com Tommy, que conheci lá, companheiro de um grande amigo baiano que migrou para a Europa para poder assumir sua homossexualidade, e falecido em um acidente meio misterioso, afogado no Báltico. Estive também na Finlândia, em 2004 - e foi aí que fiquei sabendo dessas regiões geladas. Duas lembranças ficaram dessa visita: (1) a língua, que o pessoal de lá chamava de Sani, completamente impossível de entender, acho que parente da língua de ciganos; a única palavra que consegui reconhecer ou relacionar com alguma outra língua foi Auditorium...(2) Fiquei hospedada na casa de uma amiga que tinha passado dois anos no Brasil, e sempre me lembro de acordar de madrugada com dia claro - era verão, uma delícia...

Lembrei também de um conto de fadas - acho que chamava Princesa da Neve(???) que se passava na Lapônia... Só lembro disso, a história (ou estória, ainda se usa?) ficou no passado...

Obrigada
Bjs
Ana

Ana.

Na verdade, falei da Lapônia apenas como pretexto para mostrar sua bandeira. Adorei sair fora do padrão de um retângulo com áreas coloridas. Quanto às condições quase polares e ao clima só posso imaginar. No norte da Lapônia, seja sueca ou finlandesa, próximo ao solstício de verão (deles, em junho) haverá dias em que o Sol não se põe...

Quanto a "estória", os dicionários registram, mas vejo cada vez menos seu emprego. Acho que foi um modismo de nossa fúria de imitar os norte-americanos.


Fri, 11 Jan 2019 16:57:15 -0200

ra ra ra ra ra ra ra ra ra ra ra ra ra ra ra ra!!!!
Brucutu lapão!!!!!!! com seu tacape!!! adorei
Só uma pessoa, ao falar do calor, diz

a coluna vermelha desafia a poderosa atração da gravidade e se eleva pelo tubo capilar em resposta ao aumento no movimento de suas moléculas


e, do sol, diz
reações termonucleares em uma distante estrela apenas de quinta categoria, o nosso Sol, percorre os cerca de cinco milhões de quilômetros a nos separar e chega ao planeta azul,

e pensa na Lapônia!!!!!!
Genial, Clode

      sem assinatura

São conceitos elementares, ginasiais. No fundo, no fundo o que queria mesmo era mostrar a bandeira da Lapônia, mas precisava de um pretexto.

|home| |índice das crônicas| |mail|  |anterior|

2458494.01850.1843