Divagar bem devagar

02/06/16

De forma quase sub-reptícia os meios de comunicação determinam a poderosa "corrente de assuntos em pauta" e, sabe-se bem, não somos salmões para nadar contra a correnteza. A eleição dessas prioridades resulta da ambição de "dominar a mente alheia", o modo mais seguro de obter poder e, quanto maior o número de cérebros subjugados, tanto mais poderoso se tornará o comunicador ou seus patrocinadores.

Os meios de comunicação, atualmente, incluem as redes sociais e diferentes formas de intercomunicação pessoal entre telefones celulares. Nenhum deles escapa aos tentáculos dos poderosos e seu inconfessável desejo de "possuir mentes". Seja o político, ávido por votos, o industrial ou comerciante no "sagrado dever" de maximizar lucros ou o "pregador" a se dizer profeta, guru, apóstolo ou porta-voz de Deus na ganância cruel de extorquir miseráveis.

Desse caldo de interesses deriva a escolha de assuntos que determina uma pauta com foco nisso e naquilo e a excluir uma infinidade de outros temas. A imensa maioria de nós, seja por indolência ou preguiça de nadar contra a corrente, acaba por se deixar conduzir por manchetes e repetitivas republicações nas redes sociais.

do cartunista francês Juno
do cartunista francês Juno

Em outras palavras dir-se-ia: somos "pensados" e incapazes de pensar. As ondas do "pensamento coletivo" variam de insignificantes "marolinhas" a poderosos tsunamis capazes de arrastar os mais desprevenidos ou multidões inteiras onde submergem lado a lado o intelectual e o malandro, a dondoca de mãos dadas com a messalina.

Quase sempre queremos fazer coisas, nos sentir participantes. Qualquer atividade preenche o tempo e, como uma espécie de entretenimento, apazigua a mente, mas uma certa "passividade" poderia ser mais frutífera, se percebêssemos e compreendêssemos os fatos, inclusive as evoluções de nosso próprio sentir e pensar.

Thu, 2 Jun 2016 09:58:32 -0300

posso divulgar este divagar bem devagar?
bjs

      sem assinatura

É óbvio que sim!

Na minha visão, "caiu na rede é público". Como saber se, digamos, no Maranhão, alguém copie (tão fácil no computador!) e publique dizendo-se autor? E, na verdade, se você quiser dizer que é seu, não desmentirei e nem me importo. No fundo deste meu modo de ver está o saber-me mero folíolo na imensa árvore da humanidade.

Use e abuse como quiser!


Thu, 02 Jun 2016 09:23:11 -0700 (PDT)

soh o titulo ja achei brilhante
confesso, tive de ler 2 vezes pra entender

dps a cronica, maravilhosa

serah a "passividade" tem a ver com acalmar o tsunami dos pensamentos?

      sem assinatura

Sem dúvida, uma das coisas mais difíceis.
Alguns assuntos são mais delicados e mais difíceis de esclarecer. Nós mesmos nos perdemos, enredados com palavras.
Também gostei do título.


Thu, 2 Jun 2016 19:31:24 -0300

... e lá vamos nós todos os dias, entre simpáticos e de mal humor, tudo isso no setor mais do mesmo.... mas é sempre o famoso mais do mesmo... vamos lá passear na praia, que
vale a pena...

      sem assinatura

Obrigado pela sugestão.

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