Não existe 'fonte isenta'. Toda informação que recebemos vem com os vieses intrínsecos dos intermediários a transmiti-la, seja um, ou muitos. Ninguém passa uma informação sem nela embutir, mesmo sem querer, em maior ou menor grau, de modo dissimulado ou ostensivo, sua visão do assunto em tela. Até mesmo teletipistas do passado, verdadeiras máquinas de transformar textos em intermináveis fitas codificadas em perfurações, nem mesmo eles omitiam um leve sorriso ou um muxoxo ou um hum, hum entremeados ao metralhar do teclado, medido em toques, em vez de balas, por minuto.

Acrescentem-se as facilidades trazidas pelas novas tecnologias para entender grassar, hoje, verdadeira guerra de informação/desinformação. O prêmio, todos sabem de longa data, é a mente alheia — a sua, a minha, a do Zé Ninguém e a de sua Joana. Pelos indícios, a atual esgrima com palavras se tornou mais letal que muitas escaramuças de espadachins. Por trás de pródigo palavrório, disputa-se arduamente o poder. E poder é dinheiro.

Por toda parte se veem detectores de fake-news e a veracidade do que se noticia ganhou, ela também, destaque nas páginas principais. Até mesmo "provas documentais", como gravações de áudio ou vídeo, se acham sob suspeição, pois requintados recursos eletrônicos, como o Photoshop, permitem forjar falsas realidades de aparência mais real que o que é.

O mundo virtual — refinamento de nossa característica essencialmente verbal — mistura-se à vida real de modo perturbador, e não é de hoje. A vida emocional de cada pessoa há muito é fortemente estimulada pelo teatro, pela literatura, pelo rádio, pela televisão e, agora, por telas de todo tipo — todos mundos de fantasia.

Toda história se passa no cérebro do leitor, espectador, ouvinte ou o que for. Realidade virtual é projeção da mente humana.

Fri, 15 Mar 2019 16:12:02 -0300

Ai ai ai, querido mano... Cada vez que leio e releio cada lance de suas extraordinárias histórias... Que orgulho do mano... Nunca chegarei perto de toda sua sabedoria... Viva você, mestre...
bjo

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Orgulho do irmão tenho eu. Viva você, digo eu!

domingo, 17 de março de 2019 19:05

medido em toques, em vez de balas, por minuto.

q balas sao essas? toques eu sei ..

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'balas' alude ao "metralhar", pois nas metralhadoras se contam balas e não toques por minuto.