No início de novembro, se contou aqui um incidente sobre uma vizinha, uma gata e seu gatinho. Passados dois meses, os dois últimos continuam por estas paragens. Quanto à primeira, não a vi mais e provavelmente não a reconheceria, se visse. Mãe e filho - ou filha -, no entanto, parecem ter apreciado a ausência de cachorros e, ainda que não adotados, são vistos com frequência, juntos, pelo mato disfarçado de grama e outros esconderijos desta ermida. Os traz de volta à baila o vínculo maternal e os poderosos instintos de proteção e nutrição dos mamíferos com suas crias.

De vez em quando não resisto à auto imposição de não alimentar os invasores - por os não querer adotar - e jogo alguma migalha aos dois. Invariavelmente, ela percebe primeiro o alimento e a ele se dirige, eventualmente, até começa a comê-lo, mas logo o filhote se acerca e avança com sofreguidão ao bocado, para vermos a mãe se afastar e observar, com aparente contentamento sua cria - agora, quase do tamanho da mãe, uma gata muito pequena - refestelar-se com o que quer que se lhe tenha atirado. É mãe, ele, ou ela, já viveu dentro dela!

Saliente-se que, apesar do tamanho, o filhote de um pai siamês - os olhos azuis muito claros e a pelagem característica da raça denunciam a herança - ainda mama. Menos agora, mas ainda ocorre surpreendê-los, entrelaçados ao sol, a cabeça do pequeno perdida no ventre da gata preta, com manchas brancas nas patas e no queixo.

Hoje, não resisti e ofereci um pouco de leite na tampa de uma pote. A mãe veio primeiro, mas o pequeno logo chegou e, por um curto tempo, ambos tentaram beber ao mesmo tempo, mas a tampa era muito pequena. Cada vez que a mãe começava a beber, o pequeno a empurrava, cabeça contra cabeça, e tomava seu lugar. Ela, então, passava a lamber-lhe o pelo da cabeça e das orelhas.

06/01/2014, at 12:27

ah, que coisa linda (os gatos e a crônica)

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Quanto a eles, sim são lindos.

06/01/2014, at 12:29

Oi Clode!
Como dizemos aqui sobre esses bichanos... entretenimento barato, diversão garantida! Anos e anos se passam e, aqui, ainda interrompemos uma "atividade séria" para desfrutar um "momento-gato"!
Obrigada por compartilhar suas crônicas - adoro!, embora nem sempre comente - continue, continue...
Um bom ano pra você!
beijo
Aida

Aida,
Obrigado.
Depois que o Fladu morreu, aqui se transformou num território livre dos bichanos. Muitos vem e somem, alguns retornam e outros quase moram...

06/01/2014, at 18:40

Muito bom , Clode.bj

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Obrigado.

07/01/2014, at 18:12

Viva o Planeta Animal...

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Viva!