Crônica do dia
Foi eliminado um velho slogan que existia aqui

 

Intermezzo

09/05/17

A meio caminho entre o outono e o inverno, por aqui o clima aparenta uma profunda indecisão. Ora se rasga a abóbada em esplêndido azul, malgrado o sol oblíquo, vindo do norte e a projetar longas sombras a qualquer hora do dia, ora os mesmos céus se toldam sob pesadas nuvens, ricas em gradações minuciosas de cinzas, mas capazes apenas de algumas garoas ou chuviscos ralos, porém isentas de tempestades ou inundações.

A metade exata entre as estações foi na sexta-feira, dia cinco, às 16 horas, 31 minutos e 13 segundos pelo horário universal. Enquanto isso, podemos observar como a simples variação na quantidade de energia solar por nós recebida pode resultar em diferenças tão marcantes nos climas de cada região. Indo de um calor realmente difícil de suportar, do auge do verão carioca e incontáveis polegadas de neve acumuladas nas latitudes maiores a um friozinho no Rio de Janeiro e temperaturas sufocantes nas regiões antes castigadas por nevascas.

Maio é, nestas cercanias do trópico de Capricórnio, a época do ano com a mais linda luz, quando a obliquidade, ao obrigar a atravessar uma espessura maior de atmosfera, suaviza a reverberação inclemente do estio e propicia veleidades douradas, por assim dizer. Desde de domingo, o vento sopra quase forte vindo sempre do oeste, sudoeste. O longe anda meio embaçado, lá onde se fundeiam muitas embarcações. Uma faixa de nuvens enoveladas além do horizonte cria um evocativo pano de fundo à paisagem linear.

Pálida insinuação do cenário descrito
Pálida insinuação do cenário descrito

Na noite de domingo, circundada por um halo irisado, uma lua quase cheia se ergueu em conjunção com Júpiter. Bela circunstância celestial, cada vez mais esquecida entre as luzes da cidade e das telas. A Lua cheia será apenas na noite de quarta-feira, às 21 horas e 43 minutos pelo horário universal, mas então nascerá bem depois de Júpiter, como é natural.

 

Tue, 9 May 2017 14:49:53 -0300

hmmm uma foto !

      sem assinatura

Bem, eis uma explicação: há muitos anos, herdei de meu filho um telefone celular com uma primitiva câmara, muito precária. Não o uso mais como telefone - tem uma tela minúscula onde, mesmo de óculos, não consigo ler nada. Vez ou outra, por diversão, registro com ela ema ou outra cena. Mas esta não foi a primeira fotografia, em absoluto, em dezembro de 2015 já publicara uma outra feita com o mesmo equipamento.

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