crônica do dia

 

nonononono

28/11/00

 

Volta a frase que conheci no filme Sociedade de Poetas Mortos e que a lista de 'Expressões latinas e de outras línguas estrangeiras' do Michaelis coloriu com pinceladas de erudição: "carpe diem (lat.) Aproveita o dia. (Aviso para que não desperdicemos o tempo). Horácio dirigia este conselho aos epicuristas e gozadores."

O aviso entre parênteses é do dicionário, claro, e sinto-me incluído de imediato entre os alertados, pois o alvo do conselho de Horácio, é, no mínimo, um espanto.

Bastam algumas contas e ela, a frase, se acende como letreiro de neon soberana em meu cérebro. Não pela urgência de algo a ser feito, infelizmente, mas pela fantástica escassez de tempo!

Hoje meu pai teria 92 anos e dez dias. O pai dele tinha essa idade quando morreu. Na televisão, outro dia, um diretor de cinema português respondia a um bando de entrevistadores simultaneamente. Falou: nasci em 1908. Meu pai, meu avô quando morreu, Manuel de Oliveira, o cineasta português, todos eles tinham pouco mais mais de mil meses de vida. Apenas! Faça as contas, 12 vezes 92 dá 1104. E um mês passa assim, oh! A gente nem percebe. Quando se dá conta, é o ano e não o mês que está por acabar...

Carpe diem

Carpe hora (será que seria assim?)

Carpe secundum... que os minutos já são longos demais.

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