basta um clique!
Publicação esporádica destinada a perder-se como berro de vaca que, todavia muge, apesar da inutilidade declarada de seu berro.
Notas revoltas
15/08/01
"aspas"
"Pois, por mais breve e limitada que seja a carreira de um homem, e por maior que seja o índice de erro possível, a exposição de tudo aquilo que é digno de ser comunicado não é fácil tarefa - um homem com sessenta e sete anos não é de modo nenhum o mesmo homem que era aos 50, 30 ou 20. Todas as reminiscências são coloridas com os tons do presente, vistas portanto sob uma falsa perspectiva."
Albert Einstein, Notas autobiográficas, Ed. comemorativa traduzida e anotada por Paul Arthur; tradução de Aulyde Soares Rodrigues. - Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.
Isso não é um credo epistemológico - cruz-credo! Precisei rever pela milésima vez o significado desse palavrão de sete sílabas. Não servia.
O Aurélio remete à epistemologia, verbete que define assim:
Antes mesmo de ver que não era a palavra que precisava, percebi que cruz-credo é um verso, independentemente de qualquer crença!
Ao leste, a Lua, Júpiter e Vênus iluminam o fim da noite. Passa um pouco das cinco e, assim pertinho na aparência, no aspecto visto daqui, do nosso planeta, é que se diz haver conjunção, não a dos astrólogos, de um céu hipotético de milhares de anos. Tão próxima do sol, a lua lembra as das bandeiras do oriente, quase um fiapo. Com os planetas por perto, sempre recordo um comentário antigo: "ih, a lua hoje veio de brinquinho!"
aspecto da lua
àquela hora,
[HomePlanet]
A vida está por toda parte e convida a todos, o tempo todo. Afoitos, quase sempre, agimos como famintos diante da farta mesa de inesgotável banquete e nos empanturramos, da primeira coisa ao alcance da mão, com a voracidade de hienas. Vivemos com medo. Medo de perder. Medo de perder mesmo quando não se tem nada a perder. Se a locução, pelo uso e abuso, logo traz à lembrança os pobres de coisas materiais, que dizer dos poderosos, dos ricos de poder e dinheiro?
Têm, de fato alguma coisa a perder? Seu poder? Sua fortuna? As pedras e tijolos de seu castelo? Ou, com palavras milenares, teriam a perder, a mulher, servos, escravas, bois e o jumento e a cabrita? Tudo isso se perderá logo, logo, de um jeito ou de outro, inexoravelmente.
Sim, não era epistemologia, ou melhor, credo epistemológico - expressão que Einstein deixou gravada em mim, ao explicar que suas "Notas Autobiográficas", não eram um credo epistemológico. A ele, sim, caberia um.
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