autorretrato 

O capeta

08/03/16

Liguei o capeta para anotar uma observação banal sobre o escrever em computadores (capeta: termo usado por uma prima querida para designar computador e, doravante, usado aqui com este significado). Porém, antes de "abrir" o programa (uso o OpenOffice, da Oracle, gratuito), surge um aviso de chegada de e-mail, acompanhado de um "plim" e de um retângulo, no canto da tela, com as primeiras palavras da correspondência recém-chegada em destaque.

Como esta, outras interferências do capeta dificultaram a conclusão do parágrafo. São avisos, ameaças, alguns sons e toda sorte de distração a pipocar na tela, em demonstração viva do tema a abordar. Tudo começou com a chegada de mensagem (eletrônica, é óbvio) onde a missivista contava ter saudade da máquina de escrever e reclamava da desatenção provocada pelo capeta.

Não voltarei à velha datilografia, claro, o capeta chegou (escolha nossa, como sociedade) e nos adaptaremos às vantagens e dissabores de um mundo interligado e dependente de sofisticada tecnologia - aprenderemos a viver nele.

Com o passar dos anos, as tecnologias se aperfeiçoarão rumo a um equilíbrio entre interesses comerciais de uns e o conforto de quem usa e frui os recursos por ela trazidos. Desde muito antes da História, a humanidade vem percorrendo esta senda e, certamente, por ela seguiremos aprendendo a conviver com as delícias por nós inventadas e com os inevitáveis transtornos delas derivados.

imagem da internet: Caligraph 3
imagem da internet: Caligraph 3

Temos saudade da "idiotice" da máquina de escrever, sem lembrar de seus inconvenientes. Nela, corrigir erros era tão difícil que, muitas vezes, preferíamos jogar fora o papel e recomeçar tudo. Da mesma forma, nela era impossível inserir um trecho em meio ao texto pronto ou apenas mudar de lugar uma palavra, por qualquer razão etc. O capeta é muito chato, mas tem muitas vantagens.

Tue, 8 Mar 2016 23:29:04 -0300

pois é... máquina de escrever não recorta e cola. Desconfio que o que me atrapalha mais no computador é a porcaria da conexão permanente com seus mil e um atrativos "distrativos", na maioria, inúteis

      sem assinatura

A "inteligência" da máquina a torna capaz de nos chamar desse ou daquele jeito e, assim, desviar nossa atenção. Alguns programas que se "ligam" automaticamente junto com o computador podem ter esta opção desativada e deixarem de nos importunar com suas "novidades"...


Tue, 8 Mar 2016 23:50:40 -0300

Estou com o Capeta e não abro!

Abçs

Ebert

Grande Ebert! Não tem escolha, todos com o Capeta!


Wed, 9 Mar 2016 09:12:51 -0500

Oi Clode,
Como era previsível, concordo com todas as palavras de sua crônica.
O capeta, nas suas várias formas, sempre precisou existir.
Beijos
Lucia

Oi Lucia,
Disseste tudo com precisão e concisão.
Deleito-me com tua lucidez.


Wed, 9 Mar 2016 19:48:02 -0300

essa maquineta é sua?
foi sua?
Sabe dumacoisa: não me interesso muito sobre essas coisa dantanho.
Como aprender a escrever direitinho, por exemplo. São tantas coisas
que aparece em toda virada da esqiuna... minteressa muito não...
Ao redor, tantas estréias...

E viva a noite!

beijos

      sem assinatura

Não, é uma imagem da internet, como diz a legenda.
Não me interessa o passado tampouco. A croniquim surgiu da constatação de quanto o computador pode nos atrapalhar.
Viva, via a noite presidida por Júpiter nos céus!
Mais algumas horas e nossa estrela estreará um novo dia.
Sim, tantas estréias e tantas estrelas...

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