Já houve um slogan aqui, foi banido.

O freguês

02/05/16

Quando os meios de comunicação são já, sabidamente, extensões do ser humano, o desafio se torna perceber e entender as brutais mudanças a eles impostas pela evolução descomunal da tecnologia. O velho jornal de papel, devorador de florestas e de efemeridade proverbial caminha pra uma obsolescência não programada. Sua própria edição "online" lhe faz concorrência com recursos impossíveis à folha impressa. E ao anunciante, financiador de toda estrutura, os recursos da eletrônica também oferecem novas possibilidades de convencimento, catequização e envolvimento das vítimas - ops! - dos chamados consumidores, alvos, clientes ou, como se usou outrora, do freguês. No final da cadeia é sempre ele quem paga o pato.

Torna-se patente ao primeiro olhar o imenso esforço para conduzir o freguês aos meios cibernéticos, seja o velho computador pessoal ou alguma de suas versões miniaturadas com diferentes apelidos. Os antigos meios de comunicação, em uníssono, convidam, estimulam e (até premiam!) o ouvinte, leitor ou telespectador a trocar seja o que for pelo "portal", página, sítio ou site na imponderável rede de ligação de todos os computadores, a internet.

Abro o jornal online para ler as notícias mais relevantes e encontro uma sucessão de vídeos onde alguém as lê e comenta, como na televisão. Penso comigo: "se quisesse, ligaria a televisão, em vez de procurar aqui o texto..." e a atitude me parece desprezar o freguês. Ligo o rádio e quase imediatamente uma voz me convida a ver isso e aquilo "na nossa página na internet". , em muitos casos, "imagens do nosso estúdio ao vivo", em manifesto desprezo pelo freguês.

Além disto, existe a tentativa de usar o "freguês" com uma espécie de funcionário gratuito do órgão de comunicação, ao convidá-lo com insistência a fazer a coleta da informação...

O assunto é vasto!

Mon, 2 May 2016 10:30:03 -0300

Clodi, você já pensou em reunir tuas crônicas num livro? Belas reflexões, num tempo em que as pessoas só sabem pensar em power point.


Abraços,


Simon

Grande Simon,

Mais de uma pessoa me fez esta mesma pergunta. O fato é que as, hoje, 1408 crônicas estão publicadas. Sei ser o "meio", além de extensão do Homem, também a mensagem e neste aspecto uma encadernação em folhas de papel é fascinante. Mas não busco fama ou sucesso pessoal, escrevo porque gosto e acho bacana "lançá-las ao vento" para que encontrem a própria sorte. Não me importa se alguém as descubra, goste e "republique" dizendo-se autor. Cada vez mais percebo sermos uma mesma humanidade onde o destaque do indivíduo é insignificante. Tento "fazer minha parte", por mais insignificante que seja.

Obrigado.


Mon, 02 May 2016 08:23:11 -0700 (PDT)

o fregues, quase nao lembrava dessa palavra
gostava mesmo qdo ia a feira e os feirantes me chamavam de freguesa
e havia os diziam "obrigada", mesmo sendo homens, pois se dirigiam a "freguesa"

      sem assinatura

O freguês, a freguesia... palavras fadadas ao esquecimento.
Provavelmente os feirantes não compreendiam o "obrigado"...


Thu, 12 May 2016 17:06:46 -0300

Siiimmm... o assunto é vasto.
Mas... cá entre todos nós:
isso aí se repete faz muito tempo e assim deve se manter por mais muuuitos anos... se repetindo, repetindo, repetindo...
Como quase tudo, né?

bjo

      sem assinatura

Verdade, mas a facilidade de intercomunicação possibilitou usar muito mais "o freguês" como um repórter não remunerado. (A atual facilidade na obtenção de imagens, filme ou foto, também ajuda nesta exploração).

Quando o Homem (ser humano) mudar as coisas todas mudarão sem esforço.

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