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Relevos

05/06/15

O sol incide oblíquo, mas muito branco. Breve estará a pino sobre o Trópico de Câncer. Cairá perpendicular sobre o México, o norte de Cuba, o sul da China, Taiwan ou Formosa ou Taiuã ou Taiuan, o norte de Mianmar ou Miamar ou Mianmá ou Burma ou Birmânia, sobre Bangladeche ou Bangladesh, os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita, o sul da Líbia e da Argélia e por aí afora.

Estamos, na prática, no Trópico de Capricórnio - em alguns pontos da cidade se São Paulo, exatamente sobre ele. O ângulo entre uma perpendicular ao equador terrestre e a perpendicular sobre cada trópico, é de cerca de 23,5 graus, pois as linhas resultam da inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao plano de sua órbita. A distância angular ente a posição do sol no céu nos solstícios, a uma mesma hora, é cerca de 47 graus - mais de um oitavo de círculo.

Como o arco de céu descortinado é de pouco mais de meio círculo, a variação corresponde a cerca de um quarto "da amplidão dos céus". É muita coisa e basta olhar onde "caem"as sombras no verão e no inverno, no princípio de cada estação, para o confirmar.

vista do sol no soltício de junho vista do Sol no soltício de dezembro
A Terra como seria vista do Sol nos solstícios de junho e dezembro, respectivamente.

Mesmo dentro de casa se percebe a diferença ao observar onde "bate sol" na época de cada solstício ou nos dias próximos, como agora. Para aqueles que nunca atentaram a isto, a surpresa pode ser grande, do tamanho daquela variação. Aqui, na vizinhança do Trópico de Capricórnio, vivemos agora os tempos de sol mais baixo no céu, de sombras mais longas, da estrela desgarrada ao norte de nosso céu.

Quando criança, olhava a lua pela luneta de nosso pai e ele assinalava ser mais visível o relevo nas margens da parte escura, a zona de sombra, onde a luz incidia mais oblíqua e as sombras alongadas mostram mais as irregularidades da superfície. Vê-se isto em uma parede qualquer sob luz rasante. Ver é fascinante.

As ilustrações, obtidas com o software HomePlanet, foram acrescentadas um dia após a publicação.

Fri, 5 Jun 2015 11:21:46 -0300

Obrigada pela aula!
Bjs
Ana

Creio ter sido esta minha vocação desde sempre. Realmente gosto de explicar coisas assim.


Fri, 05 Jun 2015 15:07:48 -0700 (PDT)

gostei
embora tenha q ler de novo, com calma, pra entender todas as explicacoes angulares

aki, onde tenho mais horizonte do q muitos, vejo q o sol nasce, se poe, assim como a lua, em lugares q variam muito com as estacoes, epocas to ano
vou olhar melhor as sombras

sempre soube q vc eh fascinado com "ver"
vc me ensinou a ver, nao soh olhar

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São distintas as razões dos pontos do horizonte onde o sol e a lua se põe. O sol caminha de norte a sul conforme a época do ano e nos equinócios (março e setembro), nos dias próximos ao equinócio, surge e some ao leste e ao oeste exatamente. No verão está o máximo ao norte, aí e no inverno, ao sul. Aqui é o contrário: mais ao norte no solstício de inverno (agora) e mais ao sul no verão.

A Lua gira mais ou menos no plano da órbita da Terra. Como o eixo de rotação é inclinado em relação a este plano, sua órbita está ora ao norte do equador, ora ao sul ao longo do mês e, assim, nasce ora mais ao sul, ora mais ao norte sobre o horizonte, sempre na direção leste-oeste.


Sat, 6 Jun 2015 11:49:48 -0300

E fica cada vez mais fascinante... Grande abraço. Ebert

Sem dúvida, como somos, sem dúvida animais demasiado visuais.


Sun, 7 Jun 2015 22:57:09 -0300

obrigado

      sem assinatura

Não se sinta obrigado a nada. Faço com prazer.

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