basta um clique!
Publicação esporádica destinada a perder-se como berro de vaca que, todavia muge, apesar da inutilidade declarada de seu berro.
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Sociedade de informação03/02/03A vida melhorou muito nos últimos 50 anos e também piorou. É sempre assim. Não me interessa pesar ganhos contra perdas como mercador de qualidade de vida, mas aponto uma coisa que me parece irremediavelmente perdida: certa inocência. Não a inocência carola de Papai Noel e ovo de coelho, nem a do cala a boca e isso não é assunto de criança, não. Falo de uma inocência natural quando a sociedade não tem na informação o sangue que lhe alimenta os tecidos e nos sistemas de informação seus nervos e cérebros como extensões macluhanianas a controlar e moldar com pretexto de entreter e informar. A sociedade de informação que tecemos pagou preço altíssimo: a inocência. Não apenas a inocência das crianças - insisto: não falo da inocência idiota, da ignorância ou incapacidade mental, mas da inocência que vem de certa pureza diante da vida, do encontro espontâneo e virgem com o novo, mesmo quando o novo, apesar de inédito e surpreendente, pareça velho e sabido para muitos ao redor - eu dizia que se pagou preço alto demais ao perder a inocência e não apenas as crianças mas também nós, adultos a perdemos. Todos provamos do fruto. O novo pode desafiar até o velho - idosos se deparam com desafios. O velho também se vê diante do novo e só poderia responder de forma adequada com aquela inocência. Para isso é indispensável estar virgem. Não contaminado por qualquer idéia, qualquer saber, por nenhuma história alheia, ainda que se trate da história de um deus. Virgindade não é atributo da mulher, que se possa conferir em seu corpo. Virgindade é atributo do corpo, da mente, da emoção - se você quiser, da alma, embora eu não saiba o que ela seja fora do corpo, da mente, da emoção ou psique, se preferir. Um sonho me trouxe a essas paragens. Esqueci o sonho antes de despertar, mas ficou outra essência, que tento trazer para esta extensão... |
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