crônica do dia

Teimosia

4/11/04

Esta vai por pura teimosia. É fácil ver que ficou um enorme buraco de absoluta ausência e sem qualquer explicação, desde meados de setembro.

Hoje, quatro de novembro, é aniversário da morte de minha mãe, da de Rachel de Queiroz e da de outras milhões de pessoas, que desconheço.

Ás cinco horas começou um temporal com ventos e trovoadas, fora das previsões. Quando chegou, mais forte, fez estragos na fronteira com o Uruguai,. Derrubou uma torre de tevê em Caxias do Sul e muita gente ficou em plim-plim e novela. Em Uruguaiana umas 150 casas ficaram carecas e isso é péssimo.

Em São Paulo, o rádio contou, houve o maior congestionamento de todos os tempos, recorde que sempre se supera. Quem não mora nessa maravilhosa cidade não sabe de que falo, e eu, há muitos anos não enfrento, de fato, tal suplício. Mas antes que cariocas me insultem pelo maravilhosa, repito: Sampa é, de fato, uma cidade cheia de coisas maravilhosas, dificílimas de alcançar, é verdade, seja pelo preço, seja pela dificuldade de locomoção, seja pela facilidade em se perder na sua imensidão.

Afinal, no município, apenas no município alvo de acirrada rinha político-administrativa há pouco, onde, vivem - seria mentir dizer onde habitam, pois boa parte apenas sobrevive em suas mais de 100 mil ruas - onde vivem ou sobrevivem, dizia, milhões de pessoas. Dez, 12, 15 milhões? Não sei.

Ao falar em congestionamento logo se pensa: não cabe, é gente demais. Todavia, nos 1493 km2 de São Paulo daria para pôr todo o mundo - isso mesmo: toda a população mundial, mais de seis bilhões de pessoas, em pé, melhor que em muito elevador, com quase um metro quadrado para cada quatro. Não acredita? Faça as contas.

Lugar há. O problema são os automóveis, que cismam de sair, todos juntos e com o mesmo rumo.

Não sei se o xispê rola amanhã... Esta vai por pura teimosia.

 

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