desenho de Lu Guidorzi
basta um clique! 

berro - a parte inútil da vaca
Publicação esporádica destinada a perder-se como berro de vaca que, todavia muge, apesar da inutilidade declarada de seu berro.

TELETEXTO

22/02/05

A moça charmosa ao andar e falar num telefone que fotografa, filma, recebe mensagens, navega na internet, faz cálculos, diz as horas, toca música... essa moça é jovem demais para ter ouvido falar de Teletexto.

Esse antepassado da Internet - a rigor, palavra inexistente no Vocabulário da Academia - existiu, só que morreu na maternidade, nem se pode dizer que teve vida curta. Desapareceu, como os répteis gigantes, com o surgimento da Internet.

Em São Paulo, quando surgiu, O Teletexto era serviço oferecido pela companhia telefônica e por um jornal - Telesp e Estadão. Com ele se podiam receber notícias fresquinhas na tela do computador. Em tela preta com grandes letras verdes, império do DOS! E mais, bater-papo. Pelo que sei, a possibilidade de falar com o outro está no âmago da internet e, no do e-mail, a paixão. Mas isso é uma outra história.

Seja lá porque for lembrei-me de Teletexto e resolvi contar minha brevíssima experiência com ele. Circunstâncias da vida colocaram um terminal de Teletexto em nossa sala de trabalho. Seria para transmitir dados, em tempo real, sobre campanhas de vacinação. Lembro que nos aeroportos também havia terminais, que o público podia usar. Talvez em outros locais também, não sei.

A campanha passou, o terminal ficou e descobrimos as delícias dos bate-papos - precaríssimos - que o Teletexto propiciava. No início, levávamos a coisa meio a sério. Depois, começamos a perceber que era tudo galhofa e, sobretudo, que se tratava, sempre, de não sei quem falando com não tenho a menor idéia de quem. Começou, então, a diversão. Entrávamos como moças desejáveis, nós, barbudos de meia-idade e ríamos muito por sentir, pelo menos ali, por uns momentos, algumas das regalias do belo sexo...

Câmeras e fotos limitam a fantasia, mas em sala de bate-papo vale a máxima (Pirandello?): "Assim é se lhe parece".

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