Foto de 10 de maio de 2009

Turbilhão

16/02/17

De um lado e do outro voltam à cena lembranças avulsas, pedaços vividos e esquecidos a habitar ainda nossas entranhas. Com certeza alguns fatos do passado riscaram mais fundo seu sulco em nossa memória e dificilmente se apagarão antes de nós.

Alguns têm maior carga emocional, reavivam cenas e fatos objetivos junto com emoções e demais conteúdos psicológicos. Recordações, por mais remotas que sejam, sempre podem iluminar um rosto, desenhar um sorriso ou, ao contrário, apertar o coração.

Enquanto continuarmos a respirar carregaremos esse universo pessoal e exclusivo. São, em suma, a nossa essência. Cada um é a coletânea das marcas de tudo por que passou, um feixe de vivências - umas sem qualquer importância, outras revestidas, por uma ou outra razão, de uma proeminência merecida ou gratuitamente atribuída.

Detentor de todas essas possibilidades, o ser humano se refina mais e mais como um animal apto a viver preferencialmente em um mundo próprio, de conceitos, ideais, acordos, regras combinadas e idealizações diversas, um mundo virtual ("seu mundo interior") muito diferente e distante da realidade factual, objetiva, mensurável pelas ciências exatas e constatável pelos cinco sentidos.

Tal situação traz à tona uma questão cuja resposta sempre me escapa: a continuar neste rumo, onde iremos parar? Ou, posto de outra maneira, a vida do ser humano ao longo dos séculos melhorou ou piorou?

É óbvio existirem aspectos onde a melhora é evidente e outros a evidenciar perda nas condições de vida. A grande diferença entre o mundo de nossos avós e o atual é a quantidade de gente a tentar partilhar o mesmo planeta e seus recursos finitos.

Desafiam-me estas questões. Ser capaz de as formular não implica, em absoluto, competência para as responder. Seguimos na nave Humanidade sem saber qual o seu destino.

Mon, 20 Feb 2017 22:12:52 -0300

Um grade mistério,na minha área:você faz um auto retrato, porém em hipótese nenhuma verá seu rosto diretamente sem ser num reflexo de luz.Enigma que pertubou Leonardo,que vivia elaborando jogos angulares de espelhos ,para fazer auto retratos que não fossem frontais ou como na Dama do Arminho,retratos de mulheres vistos de meio perfil.Levando esta inquietação que nos atormenta(nós os artistas),nossa propria arte jamais ppderemos "ver" como o outro,somos condenados a rigorosamente nunca poder ver a nossa arte sem um instrumento,pois ela é feita pelo proprio criador que forçosamente e incapaz de observala com rigor...

      sem assinatura

Este seu "mistério" replica uma inquietação semelhante há muito tempo a me afligir: como as coisas se passam na cabeça de outrem? Como a outra pessoa pensa? Qual a importância, para ela, de cada aspecto, de cada interpretação, etc.. Do mesmo modo que nos é impossível olhar com olhos alheios, nunca saberemos como são os pensamentos de outras pessoas. Acho que são esses mistérios que definem a individualidade, aquilo que torna cada ser único e, como complemento, me espanta saber que tudo isso se apagará com a morte...

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