Nos dias que antecedem e nos dias seguintes ao solstício, o deslocamento aparente do Sol na abóbada celeste é mínimo e pode ser comparado à oscilação do pêndulo nos extremos do arco por ele descrito.

Na realidade, ao atingir estes extremos o pêndulo vai diminuindo sua velocidade, para e volta com velocidade crescente no outro sentido.

Também o movimento aparente do Sol no céu vem diminuindo a cada dia, depois para por um instante ínfimo e inicia a volta, no sentido oposto.

O solstício da próxima quarta-feira assinala este momento da inversão: após atingir seu máximo ao norte, o Sol começa a jornada de volta ao sul, até o extremo oposto no solstício de dezembro.

Esse "passeio" dos arcos descritos pelo Sol na abóbada, entre a alvorada e o ocaso, dia após dia, de norte a sul,com ida e volta, divide o ano nas quatro estações. Tudo resulta de mais ou menos energia vinda da "estrela da Vida".

As nevascas aterradoras dos invernos boreais, as canículas asfixiantes de verões tropicais, os irrefreáveis vendavais e as tormentas torrenciais, bem como as calmarias a assombrar as caravelas de outrora - tudo é regido pela incidência da energia solar, ora a sobrar aqui, ora a faltar acolá.

É um equilíbrio difícil e delicado na fina camada de gases que possibilita a Vida na superfície de nossa bola azul. (Comparada ao diâmetro da Terra, a espessura da atmosfera é insignificante e, mesmo incluindo do Himalaia às profundezas bênticas, é tudo superfície, a fina casca do planeta).

São as vésperas solsticiais. O Sol já incide perpendicular ao Trópico de Câncer e apenas "raspa" os povos no outro trópico. Nos próximos dias é tão insignificante a alteração da posição do Sol no firmamento, que se considera "parada" a nossa estrela. É o extremo de seu percurso no movimento de ir e vir, como se fosse pendular.

Sat, 17 Jun 2017 11:07:50 -0300

Oi, Clôde

Muito boa!

Lembro de ler em algum lugar que as datas dos solstícios teriam sido apropriadas pela Igreja como feriados religiosos para substituir os ritos pagãos - seria o caso do Natal
e de festa junina. Mas as datas parecem não coincidir estritamente, não é?

Bjs
Ana

Oi, Ana,

É verdade. O dia mais longo e a noite mais longa do ano foram observados pelo Homo Sapiens desde uma antiguidade remota e o monumento megalítico Stonehenge, na Inglaterra, é prova inquestionável disto e inúmeras culturas da antiguidade festejavam, cada uma a sua maneira, a data. Data variável, em torno dos dias 21 e 22 de junho e dezembro.

A Wikipedia conta um resumo dessas celebrações e cita a apropriação pelos católicos da data para o Natal. A diferença é desprezível, ainda mais se levarmos em conta a imprecisão das medições há dois mil anos, mais ou menos.

Thu, 22 Jun 2017 09:50:30 -0300

Querido Clode

Muito linda esta sua crônica!
Sem sua licença, a coloquei em meu Facebook para que outras pessoas possam ler seus textos deliciosos.

Feliz solstício!

Beijos da Vera

Nota: foto tirada dia 18/06, ao entardecer.

Oi, Vera,

Muito linda a fotografia do ocaso (suponho, seria alvorada?).

Que bom que você gostou. Obrigado.

Fica uma permissão permanente para futuras publicações, seja onde for. Aliás, agradeço a divulgação.

Obrigado de novo pelos votos solsticiais e os retribuo agora.

Thu, 22 Jun 2017 19:49:54 -0300

Uma delícia encontrar de novo você por aqui... Na verdade eu também fiquei meio fora do dia a dia por uma série de confusões. Inclusive... tive de tirar um quisto no lado direito. E tudo isso é meio chato, cheio de cuidados... A velhice tem dessas coisas, né? Acho que ambos sabemos disso tudo direitinho... Mas vai tudo se acertar, espero.
Aqui faz um pouco de frio. Mas o frio de verdade ainda esta por vir, claro.

respeitosamente... e pelado.... kkkkkkk!!!

boa noite, manû....

Que delícia de notícias!

Vi o quisto. Que bom que tirou. Cuide direitinho...
A velhice tem dessas coisas, sim.