Publicação esporádica, destinada a se perder como o mugido da vaca, que continua a mugir apesar de se declarar inútil seu berro.

Pela tradição das Escrituras amanhã pára de chover e as águas baixarão e todos os animais poderão deixar a nau com suas companheiras, prenhes ou não, e retomar os campos irrigados - e como! - pelas intermináveis lágrimas de todos os céus! Céus, como choveu!

Não me alegra retomar assim, num 'vale de lágrimas', o fio que teimo em perseguir como marisco - marisco nada, como borboleta, que marisco se vira muito bem ali - como borboleta que pousou por descuido no rochedo do computador batido sem trégua pelos mares tormentosos do senhor janelas, porteiras, comportas ou seja lá o for seu Gates.

Vale de lágrimas - ah, a santamadrigreja e suas catimbas. A amiga há muito me contou que, criança, tinha horror a esta locução, detestava a reza que a contém. Em sua imaginação de criança pequenina o tal 'vale de lágrimas' era terrível, pior que o inferno. Hoje é o quadragésimo dia do ano, tempo do dilúvio acabar.

Dizia que não queria voltar assim, a nado mas, em verdade, pego qualquer pretexto para dizer oi, estou por aqui. Claro, melhor falar da amiga, que não gostava do 'vale de lágrimas'. Falar da mulher, eterno enigma a desafiar cada homem.

Estou por aqui graças às mulheres. Sem elas estaria morto, defunto tecnológico dessas máquinas invasivas e invasoras com as quais tenho a cada dia menos paciência. Foram muitas as amigas que, de diferentes modos, me socorreram e aconselharam de tal sorte que driblei minhas incompetências e traumas psicoinformáticos e... estou por aqui.

Logo, logo, espero, volto a cronicar com a ajuda do computador, sem dor e os imprescindíveis conselhos femininos, como recomendou Schopenhauer: "Em circunstâncias difíceis é preciso não desdenhar recorrer, como outrora os germanos, aos conselhos das mulheres; porque elas têm uma maneira de conceber as coisas totalmente diferentes da nossa."