A linha do tempo
18/05/17
Começo a desconfiar do começo, aquele anunciado pela Ciência de uma grande explosão, o bigue-bangue, como ponto de partida de tudo, como início do Universo, de todas as coisas conhecidas... A esta altura, impõe-se uma dúvida crucial: o que explodiu, do que era feito e, mais precisamente e mais importante, de onde surgira, qual a sua origem? Independente de onde se coloque o começo do Universo na reta infinita do tempo, sempre existirá um ontem, uma "véspera da criação" a nos provocar com a possibilidade de alguma coisa ou algum ser a anteceder o princípio de tudo e, portanto, a contradizer a inauguração. Religiões resolveram o dilema ao proclamar a eternidade de Deus. Uma vez eterno, ele mede tanto quanto a reta infinita do tempo e antecede tudo e qualquer começo. Pelo menos para mim, as brumas do bigue-bangue não se dissiparam e permanece obscura a origem de todas as coisas. Em "Homo Deus", Harari imagina uma ditadura da informação como consequência natural da superabundância de dados e aponta, como alternativa ao jugo inclemente de um ditador, o surgimento de uma "tecnorreligião", o "Dataísmo", na qual pesquisas e estatísticas substituiriam parábolas e milagres e os gigantescos bancos de dados, alimentados continuamente por tudo e por todos, seriam oniscientes a comandar os rumos da humanidade... No entanto, assim como não nos é dado saber de onde viemos - o bigue-bangue não passaria de uma hipótese em voga nos tempos atuais - igualmente ignoramos o nosso destino pela razão suficiente da inexistência do futuro. Somos livres para imaginar a reta do tempo a se estender "até" o infinito em ambas direções, mas ela é real apenas em nossa imaginação, uma fantasia da razão. Se atentarmos às coisas em volta de nós, fica claro o quanto a hipotética religião do futuro já está por aí. |
Thu, 18 May 2017 12:32:28 -0300 Amigo, Parece que a sua hipótese não procede, Assista The Universe from Nothing Grato pela dica. |
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