Ainda a esperar
13/02/19
Uma única voz comentou as notas de ontem a respeito da violenta tempestade anunciada para a noite de ontem e o dia de hoje, tendo como modelo a furibunda intempérie da quarta-feira passada, quando centenas de árvores foram arrancadas pela raiz, casas e barrancos desmoronaram e sete vidas humanas com ela terminaram. No Rio de Janeiro, emissoras de rádio e televisão preparavam a população para a chegada do temporal. Pelas redes sociais as pessoas trocavam informações: "aqui chove forte, mas nada como quarta-feira"; "aqui, não, apenas uma chuva fina e sem vendaval"; "agora apertou, mas nada como outro dia" etc. De fato, por volta das 22 horas começaram chuvas localizadas, umas mais fortes, outras moderadas por bairros e cercanias da cidade. Algumas rádios imploravam aos ouvintes para dar notícia de sua região, de sua vizinhança, de sua rua. (Com o pretexto da prestação de serviço, economizavam salários de reportagem). Tudo mobilizado e a tempestade adiada. Algumas escolas cancelaram as aulas hoje, debateu-se o cancelamento de um jogo de futebol na noite de hoje, regularam-se sirenes de alerta nos locais mais perigosos para disparar mais cedo, enfim, esperava-se a procela quase como uma enviada mística, capaz de lavar calçadas imundas e a alma das pessoas, como se portadora de suplícios necessários a redenção final. Já transcorreram quase 12 horas do horário previsto e, exceto a chuvinha da noite de ontem, nada. Uma garoa imperceptível arranha as poças d'água por aqui, agora. O céu está fechado, mas talvez as nuvens tenebrosas se tenham desviado, conforme suposição, indo despejar ventos e águas em outra parte, por exemplo, em alto-mar. Talvez tenham apenas se retardado e nos reservem surpresas imprevisíveis.
Como sugeriu em seu comentário a leitora, "aguardemos os acontecimentos". |
Wed, 13 Feb 2019 19:05:43 -0200 Gostei sem assinatura Que bom você ter gostado. Eu gostei muito da fotografia. Eloquente tom ameaçador... |
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