Anfíbios
30/06/17
Parece o meio do ano, mas não é. A metade de 365 dias é 182 dias e meio. O centésimo octogésimo segundo dia do ano é dois de julho, acrescido do meio dia temos as 12 daquele dia a dividir este ano (não bissexto) ao meio. Assinalada a possibilidade de equívoco, passemos ao próximo item da listagem inexistente. Insight! Tornamo-nos anfíbios! Hoje, quase todos os seres humanos, do gênero Homo, da espécie Sapiens vivem simultaneamente em dois universos distintos: no da matéria, sujeito às leis de Newton e Einstein, aos implacáveis tempo e gravidade e no imponderável e virtual universo tecido pela internet e suas intermináveis e surpreendentes possibilidades. Basta atentar às pessoas ao redor, observar a vida a seguir os ditames das redes sociais, a míngua dos antigos meios de relacionamento, a falência dos correios, a extinção do telégrafo, dos teletipos, do fax e tudo mais que, por tanto tempo, possibilitou a intercomunicação das pessoas. A percepção clara de nossa condição anfíbia veio ao perceber-me, digamos assim, moribundo no mundo da internet, sem os principais meios agora utilizados para tudo neste mundo virtual e a enviar estes textos através de um velho instrumento, quase em desuso, o correio eletrônico ou e-mail. Como alguns raros entes humanos das regiões mais pobres do planeta vivem ou outros, alheios ao universo virtual da tecnologia por razões de fé ou ideologia, pode-se morrer para aquele mundo e perder, assim, sua condição de anfíbio a existir simultaneamente em mundos diferentes. Sem Facebook, sem Twitter, sem Whatsapp, sem nada dessas coisas e sem dispor dos velhos meios como a secretária eletrônica, o aparelho telefônico acoplado ao fax, o telegrama por código morse e até mesmo o moleque de recados, a solidão característica da condição humana pode ultrapassar a imaginação. |
Fri, 30 Jun 2017 12:10:59 -0300 Oi, Clôde Oi, Ana, |
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