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Aterrorizante08/10/18O tempo incerto combinou com as incertezas e temores do clima eleitoral. Por aqui, intercalaram-se escassos momentos ensolarados em um pano de fundo de muitas nuvens e todos os tons de cinzento. O dia clareava e escurecia em em curtos espaços de tempo conforme massas de água corriam sobre nossas cabeças. Temi, como Asterix, que os céus desabassem sobre nós. Já os eleitores me pareceram muito mais preocupados em impedir a vitória de determinado candidato do que em eleger alguém em quem depositassem sua confiança. Não lembro de outra eleição com um envolvimento das pessoas tão acirrado. Por toda parte se ouvia trechos de conversa sobre escolha e voto. A Terra não deixou de girar. O Sol atravessou o Pacífico para renascer neste dia oito e os votos espalhados na auriverde imensidão se somaram como opinião coletiva. Talvez o mais importante no grande espetáculo das eleições, com seus 147 milhões de figurantes, seja o reforço da noção de coletivo, não dos 200 e tantos milhões da nação, mas de sermos uma só humanidade com seus mais de sete bilhões, por enquanto. Agora está decidido: teremos outra rodada, a saideira, para escolher entre dois muito rejeitados. Ameaça-nos uma exibição de terror, um duelo de assombrações onde um assombra-nos com o ranço da ditadura e a arrogância dura dos militares, profissionais do matar e o outro nos assombra com a sombra de uma continuidade de 16 anos de um mesmo partido no poder, quando se mostraram habilíssimos em corromper. Muitos abominam ambas alternativas, agora, escolhidas e deverão decidir-se entre abster-se ou escolher alguém por si execrado. Como diz um amigo, é optar entre Belzebu e Satanás. São eles, provavelmente, que acabarão por definir um futuro que repudiam. Mas os filmes de suspense também têm seu público: ao Hitchcock brasileiro!
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Mon, 8 Oct 2018 09:48:01 -0300 Oi, Clôde Oi, Ana. |
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