Sua mosca e minhas xícaras. Ontem escrevi uma cara que contava essa história:
No dia do meu aniversário Olatz foi pegar um não-sei-que no armário e acabou rompendo duas xícaras de chá de um jogo de quatro.
Ela disse: Pôxa! quebrei 2 xícaras.
Eu disse: Não tem problema. Agora o jogo é par.
Ela disse: Mas já era par.
Então eu disse: Ah! Então tudo continua igual. Nada mudou. E rimos.
Hoje, quando Alexis veio buscar a tesoura e trazer a sinfonia (concerto para mocos, paracetamol variação sobre o mesmo tema com Vic y Tylenol Sinus) estava chovendo e ficou por aqui. Decidi fazer um chá e resulta que quando fui servir o chá do Alexis a xícara começou a vazar e demoramos a perceber. Quando vi, a calça do Alexis já estava toda molhada. Quando Olatz derrubou as xícaras, em realidade caíram 3, mas só duas se romperam de imediato. A outra ficou indecisa: romper-se ou não romper-se? eis a questão. Da dúvida surgiu a greta. Pobre xícara...acho que é pior ficar com greta do que romper-se de vez. Porque quando você rompe é pá-buf, acabou. Mas quando ficam gretas você vê como te escapa o que leva dentro. A essência. Resolvi fazer algo pela xícara e rompi ela de vez. Agora meu jogo de chá é impar. Isso sim é uma grade mudança. Beijo
sem assinatura
Em verdade, não é mais um jogo. Além de ímpar, é unitário. Por aqui as xícaras se quebram com mais frequência do que se rompem. Escapar-nos o que levamos dentro é uma imagem poderosa e terrível! Que concerto, menina!
cronistaprendiz
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