|
Correspondência27/09/01Outro dia mandei esta mesma mensagem para uma dúzia de amigos: Apenas por curiosidade:
[se vários responderem, mando os resultados depois] Quase a metade já respondeu, mas uma resposta se destacava e, assim que a li, repliquei à autora: Nossa, que lindo! Hoje, chegou a resposta e a permissão: Achei que você ia ficar horrorizado ao ler os caminhos insanos dos meus pensamentos. Bem, não é à toa que nos gostamos... Fique à vontade para publicar, se quiser. Pode assinar, com esse nome meu mesmo, que é mistura de eurojudaico com anglo-saxão. Eis o que a Bettina fez em seus sonhos quando o Osama bateu a sua porta pedindo abrigo: Querido amigo, a situação que você propõe é complexa, urgente, envolve muitos valores (literalmente!). Que sufoco! Assim, de repente, cara a cara com Osama, acho que a minha resposta seria NDA. Eu não seria tão imediatista. Primeiro, meio desconfiada dos limites do terrorista, eu só daria abrigo depois dele me dar alguma garantia de alguma coisa. Me faria um pouco de difícil... se tivesse chance. Então, com ele já ajoelhado, rogando pelo amor de Alá, o deixaria entrar, desde que prometesse se comportar bem e dormir no quartinho lá de fora. Se tudo desse certo, depois de alguns dias eu levaria pessoalmente a comida quente, na tentativa de ficar amiga dele. Afinal, nossos destinos se cruzaram num momento crucial da história humana. Como a vida nos guarda surpresas! Tenho a maior curiosidade acerca desse homem. Um bode expiatório? Um herói dos seus? Um tirano? Um megalomaníaco raivoso? Um revolucionário? Tudo isso, nada disso? Se ele topasse, ficaríamos amigos. Imagine só, depois, poder escrever tudo o que as minhas orelhas ouviram. Sei que ele não fala inglês e imagino que nem o português, mas tenho certeza que viria com um bom tradutor. Trata-se de um homem com recursos. E a gente poderia se entender, então, se a comunicação fosse só uma questão de palavras. Será que nos entenderíamos tão bem que.... transcenderíamos o verbo ???? Essa minha queda por certos árabes e outras raças de narigudos... Porque homem que é homem tem que ter um nariz de porte. Bem, voltando ao Laden. Eu ia querer descobrir o que contorce por detrás daqueles olhos cor de tâmara, bem mais úmidos que o deserto. Quais ódios? Quais dores? De quantos séculos? Correria o risco de ver o que faria comigo depois de algum tempo, quando eu, já desencantada do personagem agora sem mistério, visse só o homem que come e dorme, e eu também virasse só mulher. Quando a comida viesse fria e eu não tivesse mais interesse nenhum no toque daquela mão seca e destemperada. Taliban. É essa a seita na qual dizem que as mulheres são reduzidas a cinzas enroladas em arabescos coloridos de virar os olhos? Eu enxergaria, quem sabe, o que vive nesse pó que quando sobe nos cega. Talvez nem precisasse dos milhões de dólares, por enquanto. Deixaria pro próximo dia em que ele ousasse gritar comigo naquelas palavras arábicas tônicas e duras. Ai que medo. Eu não diria nada. Viraria as costas pra sempre assim que ele se virasse pra Meca - que eu nem sei na minha casa pra que lado fica Meca. Deixaria ele virado. E pensaria seriamente nos 25 milhões de dólares. Beijos |
|home| |índice das crônicas| |mail| |anterior| |
|