|
Fusos confusos22/09/03Astrônomos e suas contas complicadas marcaram a chegada da Primavera para amanhã de manhã, as 10:47 zulu, a hora universal de Greenwich. Pura matemática! Quem observou os sinais durante a última semana, e mesmo antes, notou que ela veio de mansinho e já está aí, sem muito barulho, esplendorosa, cheia de folhas e viço. Quarta-feira, por exemplo, o dia limpou de repente e, pouco antes do pôr-do-sol, grande revoada de cupins lhe acenou das bandas de cá. A seguir, a quinta veio transparente, cheia de pios e cantorias. Daí em diante os sinais se multiplicaram e como a cada ano o encontro das duas linhas, que mal se conseguem imaginar, cai em dia e hora diferentes, escolho hoje, dia da noite mais próxima da hora marcada, noite de exatas doze horas... Assim deveria ser, doze horas, mas em astronomia nunca se sabe. Aqui, hoje, o sol veio às 5:57 e se põe às 18:03! Pleno equinócio e o dia tem doze horas e 6 minutos, segundos fora! Aos astrônomos explicar! (A diferença, amanhã, é de 7 minutos! Em Paris, chega a 12). Noites iguais, æquinoctium em latim. Dia e noite de doze horas... De todo modo é primavera, equinócio de primavera no hemisfério sul, de outono, ao norte do equador. Equinócio de setembro para todos, de Libra, para astrólogos, apesar do sol em Virgem no céu real... Enfim, não fique confuso com fusos: 10:47 zulu, 7:47 na hora de Brasília. Em Madri, com horário de verão, duas horas mais tarde, dá meio-dia e 47 e isso vale para Paris e Berlim. Cazadero, Estados Unidos, hora zulu menos sete, equinócio na madrugada, 13 minutos antes das 4 da manhã. Na Cidade Maravilhosa, em Sampa, Taquaritexas, Zahle, Petrogrado, Itatiaia, Ushuaia, Tampere, Zyyi, em toda parte, de pólo a pólo, hoje, a noite terá doze horas, minutos mais, minutos menos, a se repartir com o dia do jeito que sempre se afirma ser bom e preciso tudo dividir... |
|home| |índice das crônicas| |mail| |anterior| |