de esporadicidade imprevisível
Eternos Guerreiros
06/08/18
A Terra passava exatamente por este ponto de sua órbita, há setenta e três voltas atrás, quando uma bomba desconhecida acordou e adormeceu para sempre moradores e visitantes da cidade japonesa de Hiroshima. Era o Homem guerreiro a inaugurar seu mais recente prolongamento do tacape do Brucutu. Uma triste história a se estender através dos milênios, de Caim aos tiroteios diários do Rio de Janeiro. Já o Gênesis testemunhava em seu capítulo 14: "Naquela época Anrafel, rei de Sinear, Arioque, rei de Elasar, Quedorlaomer, rei de Elão, e Tidal, rei de Goim, foram à guerra contra Bera, rei de Sodoma, contra Birsa, rei de Gomorra, contra Sinabe, rei de Admá, contra Semeber, rei de Zeboim, e contra o rei de Belá, que é Zoar."
O feito inédito contra os guerreiros japoneses se repetiu três dias depois, sobre a cidade de Nagasaki, um alvo secundário, pois o tempo encoberto impedira a ação sobre o alvo primário, Kokura. O feito resultou na rendição japonesa e interrompeu até hoje o uso de bombas nucleares em nossas intermináveis guerras. A cada nova passagem do planeta por este lugar de sua órbita, as misérias decorrentes do uso de uma explosão capaz de gerar radiações de alta energia e penetração são relembradas por uma humanidade perplexa com seus próprios feitos, tanto os abomináveis como os admiráveis. Continuamos guerreiros. Não apenas nos inúmeros exércitos e polícias, treinados para matar e equipados com instrumentos para tal mas, principalmente, como indivíduos continuamos guerreiros, sempre dispostos a lutar por uma ou outra razão, conforme a perspectiva do momento, ou revidar quando nos sentimos ofendidos ou agredidos. Uma coorte de avatares* pontilha a História com pregações de amor e autoconhecimento. Religiões se ergueram sobre suas vidas e apesar de tudo continuamos guerreiros. * do Houaiss: avatar Datação: 1871 |
Wed, 8 Aug 2018 12:25:13 -0300 Oi, Clôde Oi, Ana. |
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