Frio again
12/11/12
Outro dia, ao flanar na nebulosa fronteira entre o sono e o despertar, notei um sopro frio a se infiltrar por uma fresta. O vento incômodo me lembrou frios extemporâneos em anos passados, a se estenderem até quase o verão. No limbo dessas cogitações, surgiu-me do nada o título em epígrafe: Frio Again. Ato contínuo, pensei: será título de uma crônica quando tivermos um próximo frio temporão. Apesar de pouco afeito a trocadilhos, me vi encantado com este, quiçá pelo muito que me marcou a música implícita no calembur, 'Free Again', celebrizada por Barbra Streisand e a voltar-me aos tropeços, meros trechos de frases musicais e líricas em um cérebro, ele mesmo, nada musical: 'Back to being free again'... 'Back to where I used to be'... 'Before I ever knew him'... 'Time to have a party'... Na fascinante rede a interligar 'cérebros eletrônicos', nome de origem dos computadores e assemelhados, descobri pertencer a canção ao disco 'Je m'appelle Barbra', selo Columbia, de 1966. Já, então, um compact disk. Aprendi mais: o retrato de Barbra na capa do CD era de Richard Avedon, um dos melhores retratistas de todos os tempos, falecido em 2004 e o album trazia notas de Maurice Chevalier. O arranjador e maestro do disco talvez fosse famoso também mas, para mim, era apenas nome familiar: Michel Legrand. O mesmo álbum tinha, ainda, uma versão de 'Les Feuilles Mortes' como 'Autumn Leaves', outra canção que muito me marcou...
O vento noroeste soprou continuamente e varreu horizontes e a graça de um trocadilho tão atraente num despertar. Frio again ou free again não passava do mesmo som escrito de duas maneiras. Grande bobagem, afinal. Desisti de esperar pela chegada de um frio fora de época que justificasse a brincadeira. O frio de novo, ou a liberdade outra vez, durou menos que uma efemérida. |
November 12, 2012 9:04:58 AM GMT-02:00 Clode, muito bom!!!! Lembrei muito dessa música. abs É sempre uma surpresa e agradável saber que você gostou. November 12, 2012 10:58:08 AM GMT-02:00 Clode, Não tínhamos este disco que, agora, já não sei mais se foi lançado como vinil ou compact. Não sei como, tinha a música gravada em um cassete miniatura - ainda os tenho, muitos, mas não existe mais o mini gravador para os reproduzir. Ele podia se ligado ao rádio do carro ou ao aparelho de som. Nunca me adaptei aos fones de ouvido... Sempre temos livros ou discos de bons amigos que continuam conosco e vice-versa. Mon, Nov 12, 2012 at 3:42 PM confesso que só li a crônica depois que o Renato me mandou a conversa de vocês. Espero que vc não se importe (1. por ele ter mandado; 2. por eu não ter lido até então), acho que porque não gosto desta música a que o título alude, mas gosto de Les Feuilles Mortes. aí li, gostei da crônica, viu?, mesmo nãao gostando da música. e, antes de ler, tinha ficado me perguntando: "frio? será que o Clode stá com frio? pra mim, o dia tá só molhado demais, nnao tanto frio". Falas sério!?! Achas que me importaria por qualquer da razões aludidas? Pois é, o frio não era tema, apenas calembur. November 14, 2012 4:59:29 PM GMT-02:00 frio de novo? Les Feuilles Mortes ou Autumn Leaves? November 15, 2012 2:02:28 AM GMT-02:00 ei cronista q já deixou de ser aprendiz há muito tempo! sem assinatura E não é que hoje esfriou (começou a esfriar ontem)! |
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