Finalmente dissipou-se, ou se afastou, o espesso manto de nuvens, que há dias pairava sobre nossas cabeças e a quarta-feira traz de volta uma paisagem luminosa e iluminada, cheia de alegria - é mágico! O azul celeste ainda é pálido, indício de restos da farta umidade dos últimos dias. No horizonte, a oeste, ainda bóiam brancas nuvens, mas a luz matinal, rasante, destaca as três dimensões de todas as coisas, perto e longe nesta manhã um pouco fria e muito silenciosa do lado de cá do fim do mundo.

Apesar da primavera, calaram-se os sabiás. Estariam à espera de um pouco mais de calor? O rumor quase indistinto do tráfego na avenida testemunha a humana atividade, a roda-viva da luta pela sobrevivência, assinalada por Darwin, para uns ou de insaciável cobiça para outros. Aproxima-se e rapidamente se afasta o ronco de uma aeronave. As nuvens que estavam longe se aproximam. A luz do sol se apaga aos poucos, oscila. Ilumina ora um canto, ora outro e começa a ventar. O dia ensolarado imaginado se desmente. Avoluma-se o branco a apagar o céu azul, a sensação de frio se intensifica. As folhas novas tremulam, os galhos acenam sob o rumor dos sopros.

O dia está indefinido. Impossível saber, agora, se acabará nublado, escuro e úmido ou aquecido pelo sol, inundado de luz e alegria. As nuvens, a leste, do outro lado do que descortino, devem estar se deslocando com rapidez, a apagar e acender a luz de nossa estrela. Ouve-se o melodioso canto de um sabiá por poucos segundos. Tudo parece apreensivo, à espera de que o dia se defina.

As sombras dançam ao vento. A humana lida se torna mais audível, a passarada insiste em calar. Quando a luz forte destaca as folhas de um verde muito vivo contra o azul do céu a alma se enche de esperança, embora eu não saiba ao certo o que seja uma coisa nem outra.

09 de outubro de 2013 13:20

lindo dia, né?
aqui os sabiás não calaram!

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Lindo! E no anoitecer Vênus deu outro show e me pareceu brilhar mais do que nunca.

09 de outubro de 2013 15:03

MUUUUUUUUUITO bonito!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
A primeira coisa/pessoa em que pensei ao acordar e ver, pela janela, que estava sol às 8hs: você. "Clode deve estar contente". Mas a hesitação continua. um abre-fecha de nuvens cortinas.

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Acertou em cheio, viro outra pessoa. Levantei às seis, para ir ao banheiro, e já batia sol na encosta oposta. Comecei, então, a tentar decifrar se era uma brecha ou se teríamos céu azul e sol beleza...