(de esporadicidade imprevisível)
Histórias de Pescadores
04/09/17
Um caminho estreito contorna o início da base da Pedra do Leme, no acesso uma placa o identifica como Caminho dos Pescadores, e por ali se segue alguns metros acima do nível médio do mar, médio, pois marés e ondas alteram o tempo todo a referência imprecisa.
Em dias de ressaca, como ontem, uma corrente interdita a passagem, com uma placa a proibir a entrada e impor um exercício extra às pessoas: pular a corrente para passar. As ondas mais fortes vinham do leste, da boca da baía de Guanabara e encontravam o granito bruto antes da singela passarela por onde curiosos, turistas e pescadores iam e vinham. A leve ressaca dominical, estendia um vasto manto de espumas a rodear o imponente monumento de granito, mais um a fazer a maravilha da cidade. Turistas com suas máquinas ou telefones filmavam ou fotografavam a zanga do oceano. Uns poucos pescadores lançavam suas linhas e fincavam suas varas em furos apropriados, existentes na amurada e a poluição sonora do bairro era engolida pelo canto atávico e celebrado do Mar. De repente, uma onda mais forte, curvando-se para contornar a base do granito, lançou um pouco de água no final do Caminho e seguiu a rodear a saia do morro. Algumas gotas esparsas me molharam a mão e, na cabeça, ecoaram as Canções Praieiras de Dorival Caymmi... Ao voltar do caminho sem saída, ouvi um pescador contar, para um casal de turistas da América do Sul, a história de uma onda mais forte que jogara ao mar alguém, dali mesmo, e falou de bater a cabeça na pedra, abaixo e... Já me afastara o suficiente para perder o final da história. Ao voltar e chegar à corrente de interdição, vi ali uma pequena fila, pois cada um tinha seu próprio malabarismo para ultrapassar o obstáculo ampliado por gente a se fotografar. O mar ficou para trás e voltou a cacofonia habitual. |
Mon, 4 Sep 2017 14:19:14 -0700 (PDT) eh tao bonito e tao bom poder passear assim tao perto do marzao ... sem assinatura O mar de seu dia-a-dia é visto de longe, né... |
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