Aqui, o dia começa lindo, fresco e promete o mesmo calor dos últimos dias, que faltou ao verão. Com os primeiros raios de sol vieram maritacas a encher tudo de som. Depois, chegou um sagüi cinza em busca do adocicado do chico-magro. Há uma multidão de aranhas, típicas dessa época, em grandes teias que brilham ao sol, amareladas contraluz e brancas a favor. O outono, todavia, tem como marca, como sinete imperial, sua luz peculiar.
O céu parece mais azul. A luz solar, mais oblíqua e mais dourada. Um quase nada, por enquanto mas que é, sem dúvida, o primeiro indício da época das luzes mais lindas do ano.
O sol na constelação de Peixes, de fato, para a astronomia, para astrólogos estaria em Áries, pois se referem a um céu de uns dois milênios atrás. Para os astrônomos, só a partir do dia 18 o sol estará em Áries, dois dias depois, astrólogos já o colocam em Touro.
Para nós, que raras vezes levantamos o olhar às estrelas - e quando o fazemos em cidade enfumaçada, pouquíssimas podemos ver - tais nomes são mais ícones e signos de horóscospos que constelações. Que seja, pois, aqui, Touro apenas nome e símbolo a marcar uma época de luz privilegiada, conforme as datas dos horóscopos, mais ou menos, digamos, de 20 de abril a 20 de maio.
Sem dúvida, se pode esticar o quanto quiser esse prazo, mas há aí um mistério de que já falamos: depois, embora as condições de iluminação sejam simétricas - o sol está em uma posição simétrica em relação ao eixo dos solstícios, por exemplo - a luz já é outra. Confira.
Parece complicado, mas é simples: um dia após o solstício de inverno a posição do sol é simétrica a de um dia antes do solstício. Dois dias depois, simétrico a dois dias antes e assim sucessivamente. Mas a luz não se repete. Talvez, devido a maior poluição. Será?
Observe e aproveite para ver a bela luz de Touro.
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