Nevoeiro
12/03/17
A Lua assomou redonda sobre os prédios do leste. Pouco antes do meio-dia, se deu a oposição a definir lua cheia. Como sempre, o luar passa despercebido na cidade grande e inundada de luz. Dentro do quarto escuro, o facho a entrar pela janela disputava recortes luminosos com lâmpadas da vizinhança. Por volta das nove horas, digo, das vinte e uma horas, muitas "nuvens" avançavam céleres vindo do mar. Em pouco tempo, o cenário mais distante sumia envolto em uma densa bruma. A alta edificação do hotel, apesar de suas luzes e letreiros luminosos, num passe de mágica deixou de existir, estando a apenas 400 metros de distância. Menos de duas horas depois, um outro prédio, distante 200 metros, tornava-se um "fantasma", definido apenas pelo brilho baço de umas poucas luzes de seus apartamentos. O nevoeiro se espessava... No alto, entretanto, permaneciam a Lua e Júpiter. Ela cercada por um belo halo de bordas irisadas. O ruço era rasteiro, pouco se elevava. Fora capaz de excluir a paisagem horizontal, mas pouco afetou o céu de lua cheia e poucos astros, bem menos do que as luzes da cidade... Por volta da meia-noite o céu já aparecia com as poucas estrelas de sempre e o hotel, mais distante, reassumia sua imponência iluminada enquanto todos os prédios transpareciam através de um véu muito tênue de cerração. O nevoeiro se desfez. Lá pelas duas horas, outro bando apressado de nuvens invadia, do mar, o continente, como em um "da cappo" musical. A bruma se adensou mais e mais até "apagar" os dois prédios e outros mais. O céu continuava límpido e estrelado e a Lua seguia rumo ao oeste. Ao raiar o dia, tudo além de uns 60 metros desaparecera embebido na densa bruma, realçada pela luminosidade do amanhecer. Foi preciso esperar o Sol subir no azul para assistir à magia da dissolução do nevoeiro. |
Mon, 13 Mar 2017 08:36:33 -0300 Oi, Clôde Oi, Ana, |
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