fotografia de 1962

de esporadicidade imprevisível

Obstinação

01/06/17

Os computadores ameaçam com a possibilidade de aprenderem a aprender e, assim, se aperfeiçoarem até o ponto de superar todas as capacidades humanas. Existe farto material sobre esta eventual primazia futura, inclusive a demonstrar a inexorabilidade de tal desfecho.

Como leitoras e leitores já perceberam o assunto se aguça em mim, porém quanto mais me provam o inevitável cenário de terror, mais me parece existir algum aspecto esquecido, capaz de inviabilizar todas as previsões. Busco alguma pista, um indício qualquer, algo a sublinhar um hiato imenso a nos separar de máquinas inteligentes.

Por exemplo, poderiam os computadores sonhar ou estaria o universo onírico reservado ao Homo Sapiens? As máquinas poderiam fabricar imagens em suas entranhas, com os infindáveis bancos de dados de que dispõem (amplificados pela "nuvem", uma espécie de inconsciente coletivo dos processadores) e realimentar tais sonhos nos próprios circuitos.

Restaria saber se os cada vez mais poderosos processadores saberiam decifrar o conteúdo onírico e se ele teria significado para o cérebro eletrônico. Seria um computador capaz de algum sentimento? Aos sonhos por si fabricados, reagiria com emoção? Sentir-se-ia embevecido com um sonho agradável ou amedrontado por um pesadelo? Máquina sente medo? Poderia um computador se apaixonar por qualquer coisa? Nos momentos críticos nós somos muito mais conduzidos pela emoção do que pelo raciocínio.

O futuro inexiste e pode ser fantasiado como se quiser. O grande desafio para o ser humano continua tal como foi formulado na Grécia Antiga: "conhece-te a ti mesmo", bem longe da ameaça de virmos a ser governados por sistemas por nós fabricados ou de sermos por eles escravizados. E por fim, diante do que se vê, talvez as máquinas estejam mais preparadas para nos governar...

Thu, 01 Jun 2017 22:13:38 +0000

A propósito. https://youtu.be/40riCqvRoMs

Abraço

Ebert

Obrigado.
Já tinha visto. Vi todos do tema na TED.
Estou mesmo obsecado pelo tema e pelas redes neurais artificiais...

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