Palmas para o apanhador
17/03/17
Indubitavelmente algo incomum se passava naquele movimentado cruzamento da Avenida Nossa Senhora de Copacabana com a rua Belfort Roxo, junto ao Lido carioca, pois muita gente se aglomerava em três das quatro esquinas, todos a olhar fixamente para a quarta esquina. A ação se dava sobre a marquise a contornar o prédio da esquina. Antes, assinale-se o sorriso, o riso, a alegria patente nos rostos dos observadores atentos, hipnotizados pela perseguição sobre a marquise. Ali, um jovem esguio e negro, bem alto, de calça e uma camiseta vermelho desbotado, tentava se aproximar de um pequeno cão, preto e amarelo, usando um suporte para guia a lhe abraçar o tórax, que latia veementemente para o rapaz e estava muito exitado.
Inúmeras vezes O cachorro driblou seu perseguidor e depois fugiu para longe. A cada escapada, a "torcida" se manifestava com risos, provocações e um ou outro desaforo. O lado jocoso da cena propiciava um ambiente de congraçamento e os presentes comentavam e especulavam a respeito. Da marquise para o teto de uma banca de jornais se estendia uma escada de madeira a explicar como o homem chegara lá, mas não o mistério de como o cão parara ali. Nela, outro homem aguardava... O caçador apareceu com um pano preto e com ele tentou cercar o cachorro, mas este sempre escapava das sucessivas tentativas. O povo se divertia. Passei a olhar mais a alegria nos rostos em vez das peripécias na marquise. Quando observava uma senhora de cabelos muito brancos, com largo sorriso a lhe iluminar a expressão, ouvi a plateia irromper em aplausos. Todos batiam palmas entusiasmados. Olhei para a marquise e vi o rapaz que estava na escada, mais baixo e franzino a caminhar com o cachorrinho no colo, seguido pelo outro, no rumo da escada. Findos os aplausos, começou a dispersão, inclusive nas janelas da vizinhança. |
Fri, 17 Mar 2017 12:14:44 -0300 Muito bom!! sem assinatura Infelizmente, não saberemos como um cachorro foi parar em cima de uma marquise, por total inaptidão jornalística de minha parte. Fosse meu irmão ali, não apenas saberíamos como o cachorro fora parar na marquise, como provavelmente um rol de outra histórias relacionadas ao animal e seus donos, etc.. Desde jovem percebi não correr em meu sangue o ânsia de questionar fundamental ao verdadeiro repórter. Fri, 17 Mar 2017 14:22:42 -0700 (PDT) eh gostosa essa alegria q surge do congracamento expontaneo de pessoas q nem sequer se conhecem ... sem assinatura Sem dúvida! Sat, 18 Mar 2017 00:17:42 -0300 que lindo que lindo que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! sem assinatura Obrigado por suas palavras cheias de carinho. Sat, 18 Mar 2017 11:56:07 -0300 Não fez falta a palavra... sem assinatura Eu tinha de dar um jeito, né? |
|home| |índice das crônicas| |mail| |anterior|