basta um clique!
Publicação esporádica destinada a perder-se como berro de vaca que, todavia muge, apesar da inutilidade declarada de seu berro.
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Pasmos23/10/01São os tempos que pasmam os indivíduos. Repetimos a mesma nota "do berço ao túmulo", como assinalou Nelson Rodrigues inúmeras vezes. Batemos sempre na mesma tecla. A frase lá em cima, já contei, era título de uma seção da revista Ciência Popular, editada no Brasil na década de 50, ou talvez antes. E, ao repetir "Do berço ao túmulo!" - Nelson assinala que repisamos o mesmo barro e insistimos na nota solitária de nosso samba desafinado - sempre aquela tecla! Pode haver erros, traições da memória legada ao velho pela criança, mas até onde uma pode avivar a memória do outro, diria que o título era só pretexto para publicar fotos mais ousadas, digamos assim - mostrar joelhos, pernas e partes do corpo feminino quase nunca expostas em público. Hoje, diante do que se vê e se publica, é quase impossível compreender o mundo há meio século, como para o jovem de agora é incompreensível uma simples minissaia como arma poderosa de uma revolução, cheia de gradativas deslumbrantes revelações.
Aleluia! Aleluia! Joelhos femininos por toda parte e, depois, aos poucos e deliciosamente, a minissaia começa sua inexorável subida... Hoje em dia, como querer que um adolescente, que discute cor e cheiro da calcinha de uma desconhecida, num programa transmitido para milhões pela MTV (conforme testemunhei outro dia), como querer que esse jovem, por exemplo, entenda que a foto de uma contorcionista de circo pudesse ser quase um escândalo e precisasse do álibi de uma revista científica e da explicação de que é o tempo que pasma o indivíduo e coisa e tal? |
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