Pendular
24/01/14
Outra manhã ensolarada de céu azul e sol beleza, num verão singular que, aqui, parece mais seco e quente que o habitual. É possível logo surgirem nuvens, belas, volúveis, volumosas, luminosas a estimular a imaginação e prometer tempestades para o fim de tarde ou anoitecer. Do lado de cá do fim do mundo, a maior tempestade ocorreu anteontem, à tradinha, pouco antes do sol se pôr. Veio com fortes ventanias do oeste ou noroeste e muitíssimos raios, relâmpagos e uma sinfonia de trovoadas e trovões quase contínua. O excesso de água despejada - sempre me espanto com a quantidade de água que uma nuvem encerra! - provocou desmoronamentos e erosão e rearranjou os detritos sobre o solo. Os ventos arrancaram galhos, derrubaram árvores e jogaram com força o granizo sobre quem precisou caminhar no temporal. Tudo durou menos de meia hora, mas uma grande árvore caiu sobre os fios de alta tensão e faltou eletricidade por mais ou menos 23 horas. Hora e meia após a volta da energia, outra tempestade, do dia seguinte, caiu longe daqui e cortou de novo a luz e tudo que depende de tomada para funcionar: mais cinco horas de escuridão. Agora, falta meia hora para meio-dia, pelo horário solar; no horário de verão, meio-dia e meia. O céu já está mais branco do que azul. O sol, volta e meia, some por trás de alguma nuvem, algumas das quais com um bonito cinzento em suas bases, sinal das altas colunas sobre elas erigidas. A umidade elevada dá a sensação de abafamento. A tempestade vindoura já é mais que possibilidade. Com certeza virá, incerto é apenas o local sobre o qual desabará. Foi-se já mais de um terço do verão. Logo virá o outono, que nos levará ao inverno, o oposto do que, agora, estamos a experimentar. Do outro lado do equador, então será verão, onde hoje intempéries e frios estão a fustigar. |
24/01/2014, at 14:32 meu queridíssimo e adorado irmão, sem assinatura Por um lado, sentimos saudade; por outro, queremos morrer para ontem e amanhã. . . Que confusão somos (a mente humana) capazes de fazer! 24/01/2014, at 18:08 LINDO! Como você escreve bem e transforma um dia igual a qualquer outro de verão numa imagem espetacular! sem assinatura Obrigado pelos afagos, mas se olharmos com atenção veremos que não existe um dia como outro qualquer - cada um é único. |
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