12/01/00
- Zero hora. Fosse zulu, seriam duas, pois há o estapafúrdio horário de verão. Agora, aos dois minutos do dia vinte e nove... vinte e nove! Nem janeiro nem julho, no entanto. Pequenos signos, sinais de nada. Fragmentos de sonhos apagados. Fosse hoje e Cartago seria delete em vez de delenda. Palavras, meras palavras - é só falar... ou, grafar. Não, Garfield, não quis dizer garfar.
- Talvez Niemeyer jamais tenha imaginado o grande projeto para o Planalto Central acabar nesse formidável bordel, onde velhas prostitutas pegam do cofrinho onde se lê: Fundo de Amparo ao Trabalhador - e dão - afinal elas estão lá pra isso mesmo, né? - dão pro Grande Irmão Do Norte. Ah, Niemeyer... não dona Sabrina, não falo da avenida, o Oscar Niemeyer, minha loura... Não, não e não! Não tem nada a ver com o Oscar da academia de cinema... Mas, caríssima, como ia a dizer, o ilustre arquiteto jamais poderia imaginar essas messalinas de bocas moles, peitos moles, miolos moles, conversa mole e, dependendo do que estiver na reta... Bem, confesso, cara amiga, confesso que enguli as últimas palavras. Tinham um gosto pavoroso!
- Saco azul, cinta encarnada. Talvez, um dia, me lembre da marca, o nome do produto, não dá pra confiar na memória de um velho. Hoje, só sei que este era o slogan, estas as cores do açúcar mais popular à venda no Rio de Janeiro, nos anos cinqüenta. O saco, era de papel! - ainda não houvera a invasão dos plásticos...
- Tumultos externos e internos. A frase nada acrescenta. Pode indicar, vaidade, muitíssima vaidade, quando alguém supõe uma coincidência entre o que se passa fora, no planeta, e as coisas de seu mundinho pessoal, psicológico, fisiológico ou material. Coincidência que supomos providenciada para nosso deleite ou aviso, por deuses ou deusas preocupados com nossa pessoinha, entre seis bilhões, fora os mortos! Vaidade, vaidade e inveja dos deuses...
Pode ser Açúcar Pérola - ecoa familiar: Açúcar Pérola - saco azul, cinta encarnada! [nota de 26/10/00]
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