Ponto final
18/07/14
Um débil sol, com risco de se transformar em mormaço, aparece, agora, na tarde adiantada no rumo do ocaso. Sua luz, sempre bem-vinda, entra pela janela, à direita, e em voo rasante sobre o teclado o detalha e salienta os menores relevos, inclusive os da inevitável poeira. Lá fora o vento forte arranca folhas para desnudar ainda mais o liquidâmbar, retardatário do outono acabado. As rajadas sucessivas mudam o humor climático em ciclos rápidos. Na certa não teremos arrebol no fim do dia, cada vez mais fechado, mais úmido e mais frio. Um pássaro grita com insistência. Não o posso ver, apenas escutar seu lamento, mas esta adjetivação pertence a mim - como posso saber o significado de seus pios longos e com um trêmulo? Sob o teclado persistem os mesmo morangos de outros ágapes, visitantes primitivos destas páginas. A manada de nuvens deve passar rumo ao vasto e raso oceano e, de lá, as forças regentes de nossa atmosfera devem enviar muita, muitíssima umidade a enfatizar o frio próprio do inverno, época de sol oblíquo e escasso, este ano, sem o tempo seco habitual. Os piados persistem a evocar um lamento, sofrimento. A nuvens se espessam e o entardecer se escurece precocemente. Algumas luzes se acendem e passa apenas pouco das quatro. O pássaro calou; agora um cão ladra com insistência. Para que se alongar? Ponhamos já o ponto final. |
Fri, 18 Jul 2014 13:47:59 -0700 da pra viver um pouco sua vida atraves da croniquins. descricoes tao autenticas, ouco os piados e sinto o vento sem assinatura O inverno costuma ser seco. Estava sendo, mas chgaram frentes frias com muita umidade e pouca chuva. Falta chuva em São Paulo, as represas que abastecem milhões de pessoas estão no fundo... Sat, 19 Jul 2014 23:11:31 -0300 Olá Clode
Lindo desenho, Vera. Obrigado. |
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