22/07/10
Vou falar de futebol. Aviso com antecedência para dar às belas damas a oportunidade de se evadirem, se o desejarem, para paragens mais amenas, onde seja possível apreciar florações espetaculares ou revoadas silenciosas de aves marinhas ou um entardecer colorido, prefácio de amável noite de luar ou, se assim sonharem, tudo junto. Perdoem-me, leitoras, o tema descabido, o assunto raso e tão batido, mas vou falar apenas de um detalhe aritmético que há muito me incomoda nas contagens de pontos (ganhos ou perdidos, dá no mesmo) nas competições de futebol. Eis o ponto: a cada jogo três pontos são disputados - a equipe vencedora acrescenta três pontos na contagem por pontos ganhos ou a equipe derrotada leva os três pontos para a soma dos pontos que perdeu. Simples. Todavia, em algumas ocasiões não existe vencedor nem perdedor, o jogo empata e se dividem os três pontos assim: cada equipe leva um ponto e... sobra um ponto, é claro, e é este o ponto que me trouxe a falar de futebol. O ponto abduzido por misteriosa nave sempre a pairar sobre os campos de futebol. A você, leitora que se aventurou nesta árdua senda, pergunto: não lhe parece estranho disputar três pontos e no final das contas ficarem com apenas dois? Poder-se-ia, é óbvio, em caso de empate, atribuir um ponto e meio para cada um dos adversários. Talvez não se faça assim para evitar trapalhadas com a tabuada. Mas é possível fazer as contas sem o milagre da abdução de pontos por outros caminhos. Por exemplo: tem-se como vantagem jogar em seu próprio campo, diante de sua torcida - e só que já esteve em campo sob uma grande torcida sabe o seu poder - e sem eventual desgaste de uma viagem, etc. Então, em caso de empate, dividir-se-iam os três pontos em partes desiguais: dois para o visitante e um para o dono da casa. |
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