Aquela bobagem que você leu quando tinha doze, treze anos, não esquece e, volta e meia, cita. Aquele filme ruinzinho, com atores desconhecidos, que sumiram sem deixar paradeiro nem nome, cuja história é capaz de contar tim-tim por tim-tim. Cada um tem lá as suas coisas como um tema que se repete e ecoa. As coisas que atraem, marcam, impressionam ou simplesmente ficam na memória, ano após ano, essas coisas certamente trazem um recado para quem se impressiona, fica marcado, não esquece. Difícil, quase sempre, é decifrar essa mensagem... Há quase vinte anos copiei um trecho da péssima tradução de um livro bom: "O Sexo na História" (Sex in History), Reay Tannahill, Francisco Alves, 1983. Depois, perdi o livro, por empréstimo e a burrice crônica dos computadores sumiu com um pequeno pedaço do trecho. Ei-lo com a mutilação digital:
Está assim, desde o início, no sítio. Não é difícil adivinhar o trecho que falta: algo como verdadeiro sacrilégio, ou simplesmente impensável. No restante do texto, não copiado, a autora explica que outras mulheres podiam saciar o corpo enquanto a bem-amada era a deusa intocável, no mais alto pedestal, sempre inatingível etc. Agora, milênios depois, tropeço num texto que rolou muito na poeira de minhas prateleiras:
Repito a pergunta cara não só a Rougemond: "que segredo o amor ocidental guarda sobre si mesmo que o faz viver intensamente da sua impossibilidade?" |
|home| |índice das crônicas| |mail| |anterior|
2451894.275