Sonhos vêm da "hora do recreio" do cérebro, quando ponderação, justiça e razão adormecem e aquela profusão de sinapses ensaia piruetas e fantasias sem redes de proteção. Acordei e procurei reconstruir o sonho recém-interrompido. Era nítida a imprecisão dos fragmentos resgatados, fora a absoluta falta de sentido de um roteiro banal. Ultimamente, nos sonhos, sigo para um destino qualquer e enfrento grandes dificuldades no percurso. Via de regra, acordo sem chegar ao destino. Na manhã de domingo, todavia, foi um sonho diferente e vivamente colorido. Incapaz de restabelecer um enredo coerente, apresento alguns fragmentos avulsos. O ambiente mal definido lembrava a "sala da diretoria" da enfoco, na rua Batatais, embora mais amplo, repleto de pessoas e barulhento. Compreendi serem da Receita Federal em busca de preencher formulários mas, ao mesmo tempo, percebia um quê de censo do IBGE. Eu olhava os papéis nas pranchetas das moças - pesquisadoras ou fiscais, eram jovens mulheres - e a cada filada na papelada algum aspecto se destacava e eu sempre pensava comigo: "querem tirar dinheiro da gente". Em uma das vezes, percebi um preço - R$9,99 - destacado tal um anúncio e o valor me causou repugnância como nas etiquetas comerciais. Depois de tentar responder por algum tempo aos questionamentos da senhorita - as outras tratavam com outras pessoas! - e pedir que ela falasse mais alto pois, na minha idade, estava um pouco surdo e o ambiente era muito barulhento, lhe falei "ah, deixe-me contar, há muitos anos não tenho mais carro" e ela, imediatamente desistiu de anotar... Mais surpreendente: todas começaram simultaneamente a cobrir os formulários, agora de um amarelo intenso, com suaves movimentos circulares de uma hidrográfica rosa forte e o resultado era lindo, como se gerado por alguma equação... |
Mon, 25 Jul 2016 11:39:00 -0700 (PDT) q barato, Clode! sem assinatura E não é? Tue, 26 Jul 2016 16:53:49 -0300 Passeios da memória... sem assinatura Sempre! |
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