rendez-vous 14/02/00 |
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"aspas" rendez-vous (randê-vu)[Fr.] S. m. 1. V. casa de tolerância. |
A rádio anuncia sua programação para o carnaval 2000. Imediatamente, surge ao fundo a marchinha de algum carnaval dos anos 30 ou 40. Não sou historiador e meu forte nunca foi carnaval nem música, mas arrisco dizer que os grandes carnavais foram os daquela época, de meados do século que se acaba. Pela espontaneidade e autenticidade. Aí, o ponto. Antes, fazia-se o que era de gosto, com alegria e, se fosse o caso, colhia-se eventuais lucros. Agora, antes de tudo avalia-se o ganho almejado etc. O exemplo não é privativo de sambistas. Pode ser estendendido a quase toda atividade. Quando o artista - em qualquer sentido - não tem, inicialmente, a visão mercantilista, logo surgem "professores", prontos a ajudar como agentes, empresários e sei lá que mais. O passo seguinte é dado por poderosas corporations, que decidem o destino de indivíduos e nações. Transformamos o mundo num fenomenal lupanar. Somos todos meninas e tias do grande bordel. A casa de tolerância globalizada. Cada centímetro quadrado está loteado - seja papel, parede, espaço virtual (o que quer que seja), pedaço de mente. Tem pra todo gosto - prostitutas e prostitutos de toda qualidade! Fregueses de todas as bolsas, sangue de tudo que é cor! Corra, aproveite! Viagras e outros mimos de brinde na entrada... O repórter dá a informação e faz propaganda na mesma frase, como menina privilegiada das titias polacas. Da política é desnecessário falar, pois a escola ali é milenar. Pior na chamada justiça, que leva o grande prêmio de cinismo. Titias e meninas correi - novos vírus ameaçam o rendez-vouz 2000! |
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