Finda a tempestade, o murmúrio das últimas águas
Reflete a luz que afasta as nuvens.

Úmida e lavada,
a Vida ameaça com todas as possibilidades

O silêncio se esgueira, assustado com os primeiros pios.

Foi-se o temporal.
Os olhos se debruçam sobre a história banal.

Os crisântemos amarelos não puderam murchar.
Os sonhos desmilingüidos ganham a nitidez do cristal.

Só para olhos loucos qualquer coisa deixa de ser banal.
Simples... tão simples!

De tão sedenta, a terra dura viu a água escorrer,
Incapaz de beber.
De tanto desejo, viu o sonho passar,
Incapaz de viver.



16 ABRIL 1989






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