O tempo é a grandeza ou dimensão física mais impalpável, mais difícil de definir e que traz consigo mais incertezas. A irreversibilidade do tempo levou Julio Verne, o cartunista V. T. Hamlin (criador do Brucutu) e inúmeros outros a inventarem suas máquinas do tempo para fazer seus personagens viajar livremente ao passado ou ao futuro, sempre ancorados num presente seguro e imutável, existente apenas no mundo da ficção.
O tempo corre na velocidade de cada psique. Sua relatividade é ainda maior nas dimensões dos humores humanos. O breve pode parecer interminável, fazendo de um momento fugaz, uma fração ínfima de nossas unidades de medida do tempo, uma eternidade ou, ao contrário, o interminável se assemelhar a um breve instante. Um século - é muito ou pouco tempo? Ora nos parece um tempo enorme, ora soa como um piscar de olhos. Nosso tempo psicológico não se mede pelo Big Ben. Ontem, pelos registros oficiais, completou-se um quarto de século da morte do Rafael. Vinte e cinco anos! Ele não viveu tanto tempo, tinha apenas 22 e meio quando sofreu o acidente. O número me espanta - um quarto de século! - mas esse espanto é reação condicionada. Sou incapaz de dizer se é muito ou pouco tempo. A memória se tece de informações do passado, do acumulo de fatos e fantasias. Assim se pinta a paisagem de nossos egos. Assim se erige a fortaleza de nossa razão e se fortifica a individualidade, o orgulho, o amor-próprio, a auto-estima, em uma palavra o egoísmo. O núcleo que sustenta o indivíduo e busca lhe dar destaque, importância vem dessas informações acumuladas na memória, misto de fatos e de imaginação, pensamento se projetando como realidade. Talvez por desconhecimento de nós mesmo emprestamos vida aos mortos, mas eles não existem mais. Morrer é o último ato de viver, totalmente imprevisível. |
Mon, 8 Dec 2014 13:14:11 -0200 bj,Clode. sem assinatura Merci. Mon, 8 Dec 2014 08:56:34 -0800 (remetente proíbe publicação da carta) sem assinatura Wed, 10 Dec 2014 09:05:18 -0200 Muito tempo... Te amo pai. sem assinatura Beijo. Wed, 10 Dec 2014 09:51:22 -0200 O tempo não para no porto,não apita na curva,não espera ninguem e a gente ficou de mãos cheias de coisas que não valem mais. sem assinatura Pois é, tanta tralha acumulada... Wed, 10 Dec 2014 19:39:32 -0200 Que texto admirável, mermão... sem assinatura Grato por sua generosidade. Tue, 16 Dec 2014 22:21:47 -0200 bonito. 25 anos que o Rafa morreu? Não me dei conta. Nem lembrava da data, 7 de dezembro? O tempo voa, a saudade não. Com o tempo, também nossa perspectiva muda e um século não parece mais o mesmo intervalo da juventude. |
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