Uma boa história
02/03/16
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Uma boa história pode durar séculos, às vezes, dezenas deles. Ao imaginar a consciência, a percepção clara dos fatos, a compreensão da realidade, boa ou má, supor toda este poder contido no fruto de determinada árvore e plantá-la, entre outras, no Paraíso, se criou uma ótima história. Depois, ao aguçar a curiosidade da mulher e do homem - a população do mundo, então! - os únicos e virgens daquele fruto sem o qual continuariam virgens para sempre e sem descendência... É um excelente começo, capaz de se eternizar como enredo. Há quatro milênios, algum cérebro humano engendrou esta explicação para o começo desconhecido e impossível de determinar. (Mesmo ao se procurar um ancestral primeiro, voltando do macaco ao golfinho e deste recuando passo a passo até as cianobactérias e a antes ainda, o surgimento da vida continua obscuro - como o inanimado, de repente, passa a nascer e morrer? Se a origem do universo se perde na hipótese de grande e repentina expansão inicial, o bigue-bangue, o início desta maravilha entre os parênteses de nascimento e morte se reveste do mesmo mistério. A primeira cena do Gênesis, com Adão, Eva e a serpente, a intermediária do rompimento do ovo e consequente exposição do Homem às delícias e angústias do conhecimento, é história excelente, visão poética a varar séculos e modelar cabeças, independentemente de crença. A cena hipotética retrataria o nascimento da Consciência, quiçá do autoconhecimento. Quer seja a serpente anjo, demônio, ou o que for, a falar paradisíaca língua universal, ali teria se iniciado o risco torto e mal traçado a separar de um lado a bicharada toda e do outro, homens e mulheres... Por fim, quer pela natureza do fruto proibido em si, quer pelo modo oblíquo de o morder, se conquistou apenas uma lucidez parcial - sobra em nós muito do animal... |
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Wed, 2 Mar 2016 16:00:35 -0300 Sim, sim... mermão... Certíssimo! |
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